O Benfica vence sem Javi mas vai levar tempo até o espanhol ser esquecido

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Rodrigo festeja com os seus companheiros um dos golos do Benfica Foto: Hugo Correia/Reuters

Uma vitória por 3-0 frente ao Nacional deixa entender que o jogo, na Luz, foi fácil para o Benfica. Mas não foi bem assim. Na primeira parte, os madeirenses incomodaram, e muito, os benfiquistas e só no segundo tempo o triunfo da formação da casa ganhou corpo. Até lá, pairou no relvado o fantasma de Javi García.

A transferência do médio espanhol no último dia do mercado para o Manchester City deixou a equipa de Jorge Jesus órfã de um dos mais influentes futebolistas na forma de jogar do Benfica. E a opção do treinador “encarnado” para resolver o problema causado pela ausência de Javi García surpreendeu. Jesus optou por deixar no banco de suplentes Matic, o substituto natural do espanhol, preferindo recuar Witsel no terreno e apostar em Carlos Martins para titular.

O resultado não foi brilhante, como pôde comprovar quem assistiu ao primeiro tempo. Um remate de Salvio, ao poste (12’), foi o melhor e mais perigoso lance dos benfiquistas durante os 45 minutos iniciais, o que diz bem da desinspiração “encarnada”. É que ter alguém que é exímio a construir futebol a desempenhar uma função em que tem que passar muito tempo a destruir é, no mínimo, um desperdício e no máximo incompreensível.

O futebol do Benfica ressentiu-se. A equipa quase só atacava com lançamentos longos, feitos pelos dois centrais, enquanto a defesa também enfrentou problemas naturais face à falta de rotinas que Witsel revelou.

O Nacional tentou sempre aproveitar esta fragilidade “encarnada”, respondendo com rápidos contra-ataques e, a meio da primeira parte, chegou mesmo a ter mais ataques e mais remates do que a equipa da casa (chegaria ao intervalo ainda na frente quanto ao número de remates).

Os segundos 45 minutos foram diferentes. Matic entrou em campo para ocupar a posição que habitualmente era de Javi e Witsel passou a jogar mais na frente (já que Carlos Martins saiu ao intervalo devido a uma lesão). E não foi preciso esperar muito tempo até o Benfica chegar ao golo. Um passe soberbo de Melgarejo deu início a uma jogada de ataque que só acabou na cabeça de Cardozo, com o paraguaio a não desperdiçar a oportunidade de inaugurar o marcador.

A jogar de forma um pouco mais rápida e pressionante, o Benfica beneficiou ainda de um momento de genialidade de Salvio, que, junto à bandeirola de canto, se libertou de três adversários e arranjou espaço para centrar de forma teleguiada para a cabeça de Rodrigo. O espanhol dilatou a vantagem e, a partir desse momento, o jogo perdeu algum interesse, já que os insulares interiorizaram a derrota.

O ritmo da partida foi, paulatinamente, baixando, embora ainda tenha havido tempo para, nos instantes finais, o Benfica ter chegado ao 3-0 — uma desatenção defensiva do Nacional permitiu que um lançamento lateral acabasse nos pés de Cardozo, que não desperdiçou a oportunidade de bisar.

Notícia actualizada às 22h55

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