Troika deve rever "previsões que falharam", afirma Cavaco Silva

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O Presidente considera que não é fácil “imaginar cortes adicionais” Foto: Miguel Madeira

O Presidente da República considera que as instituições internacionais e a troika devem rever "aquilo em que eles próprios falharam" e defende que "mais austeridade só eventualmente para aqueles que até ao momento não sofreram sacrifícios".

Cavaco Silva elogiou a forma como Portugal tem actuado nos seus contactos com as instituições internacionais, ao não pedir mais tempo no âmbito do programa de ajuda financeira, responsabilizando-as por falhas na avaliação que fizeram. "Essa é uma questão que, com certeza, em primeiro lugar, se coloca do lado das entidades internacionais. Até porque elas fizeram determinadas previsões, por exemplo, para o défice orçamental de 2011, que falharam", afirmou.

O chefe de Estado falava à imprensa à margem da Taça Portugal Solidário em golfe, em Vilamoura, com o patrocínio da Presidência da República.

De acordo com o chefe de Estado, as instituições internacionais e a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) falharam quando fizeram a análise em Abril de 2011 e devem ver se é necessário "algum ajustamento".

"Quando foi negociado o acordo com o Governo anterior, a troika fez uma avaliação do que seria o défice orçamental no ano 2011, e mesmo com medidas extraordinárias que este Governo tomou, foram necessárias transferências dos fundos de pensões dos bancos", sublinhou.

Questionado sobre a hipótese de haver mais cortes nos benefícios sociais, Cavaco Silva disse ainda que não é fácil "imaginar cortes adicionais" na parte social. "Parece difícil. Mais austeridade só eventualmente para aqueles que até ao momento não sofreram sacrifícios", concluiu.

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