Uma mão-cheia de golos para desviar as atenções da defesa

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Foto: Francisco Leong/AFP

Foi um jogo de sentido único, mais ainda do que seria de prever. O Benfica goleou o Vitória de Setúbal por 5-0 e deu assim resposta ao resultado dilatado (4-0) que o FC Porto tinha alcançado diante do V. Guimarães. O desfecho do encontro no Bonfim começou a desenhar-se muito precocemente a favor dos “encarnados”: com apenas 15’ de jogo, o Benfica já ganhava, para além de jogar em superioridade numérica. O intervalo chegou com 3-0 no marcador e os sadinos no tapete. Com mais dois golos na segunda parte, a equipa de Jorge Jesus fechou o resultado e somou três pontos.

Rodrigo, Salvio e Enzo Pérez (a surpresa no “onze”, que atirou Bruno César para o banco de suplentes) foram os homens em destaque na boa primeira parte do Benfica. Cada um marcou um golo e foram responsáveis por várias outras oportunidades que a defesa de Setúbal foi resolvendo como pôde.

O lado esquerdo da defesa “encarnada”, o grande assunto da semana, voltou a estar entregue a Melgarejo. O paraguaio, adaptado a funções defensivas, esteve no centro das críticas pelos erros e pelo golo marcado na própria baliza, na primeira jornada, diante do Sporting de Braga (2-2). Mas Jorge Jesus defendeu o jogador — ao mesmo tempo que admitia a necessidade de contratar um lateral — e manteve a aposta.

As características do adversário já eram propícias a que Melgarejo fizesse melhor figura. Quando tinha a bola, o Benfica deixava Luisão, Javi García e Garay atrás, com Maxi e Melgarejo a subirem muito no terreno. E as circunstâncias do jogo também contribuíram para que o paraguaio limpasse a imagem. Esteve muito activo a atacar e foi decisivo em dois lances-chave no primeiro tempo. Foi ele que sofreu a falta que ditou a expulsão de Amoreirinha (8’). E foi dele a assistência para Rodrigo, no lance do 1-0 (14’).

A reacção do Vitória de Setúbal foi muito tímida. E o Benfica aproveitou para, sem ter de carregar muito no acelerador, dilatar a vantagem. Salvio tirou partido de uma defesa incompleta de Caleb para fazer o segundo. E Enzo Pérez, na recarga a um remate do ex-Atlético de Madrid, marcou o terceiro no período de compensação. Se a equipa de José Mota já estava nas cordas, foi ao tapete quando sofreu o 3-0.

Com o jogo ganho, Jorge Jesus aproveitou para estender um pouco mais a pré-época e fazer algumas experiências. Lançou Nolito, Carlos Martins e Aimar na segunda parte (saíram Cardozo, Javi García e Enzo Pérez), mudando o esquema táctico da equipa para 4x3x3. E, com naturalidade, os “encarnados” marcaram mais dois golos (duas assistências de Aimar). Numa infelicidade de Caleb, Nolito fez o 4-0. Rodrigo “bisou” ao marcar o quinto da noite para o Benfica, “picando” a bola por cima do guarda-redes do Vitória.

Com uma mão-cheia de golos, o Benfica alcançou o quarto triunfo nas últimas cinco visitas ao Bonfim. Mal acabou o jogo, Jorge Jesus foi dar um abraço a Melgarejo. Pelo menos desta vez, ninguém reparou que o paraguaio ainda é um projecto de lateral esquerdo.

Positivo

Enzo Pérez
Foi a surpresa de Jorge Jesus no “onze”, relegando Bruno César para o banco. Cumpriu o que lhe foi pedido: combinou bem com Melgarejo, criando muito perigo pela esquerda, e ainda fez um golo. Na segunda parte, com a entrada de Nolito, ainda passou para o lado direito, antes de ceder o lugar a Aimar.

Rodrigo
Dois golos e muitos lances de perigo: eis o saldo do jogo para Rodrigo. O jovem internacional espanhol esteve em bom nível e acabou a jogar como único avançado, após a saída de Cardozo.

Negativo

Amoreirinha
Entrou de forma imprudente sobre Melgarejo, aos 8 minutos de jogo, e viu o cartão vermelho directo. Deixou a equipa em inferioridade numérica e abortou qualquer aspiração a pontuar que o Vitória tivesse. Francamente mal.

Notícia actualizada às 22h46

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