Portugal é país europeu com maior corte nos salários, adverte Jerónimo de Sousa

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Jerónimo de Sousa criticou “a acção coerciva do Estado contra os rendimentos do trabalho”

Num encontro com organizações representativas de trabalhadores em Setúbal, Jerónimo de Sousa afirmou que esta é “uma situação que tenderá a piorar se na prática se concretizarem as medidas do Governo de alteração ao Código do Trabalho” e as “sucessivas declarações dos responsáveis do BCE, do FMI, do Banco de Portugal, da OCDE, defendendo novos e mais drásticos cortes nos salários dos trabalhadores como a falsa solução para a superação da crise”.

O secretário-geral comunista, que criticou “a acção coerciva do Estado contra os rendimentos do trabalho”, salientou que hoje é “muito significativa a dimensão dos cortes no valor dos salários” e que Portugal “é já o país com o maior corte nos salários na Europa, em resultado das políticas de austeridade impostas pelo actual Governo, mas também pelo anterior executivo do PS”.

“Neste primeiro semestre de 2012, os cortes atingiram uma dimensão sem precedentes com as medidas do pacto de agressão, ao mesmo tempo que os grandes grupos económicos continuam a arrecadar milhões e milhões de euros de lucro, treze dos principais grupos económicos arrecadaram, nestes últimos seis meses, 16 milhões de euros por dia”, referiu.

Na intervenção de abertura, Jerónimo acusou os governantes de fazerem “uma política de classe em que se quer aproveitar a relação de forças e a própria crise para liquidar avanços e conquistas da luta dos trabalhadores”.