ACP critica inércia do Governo face ao aumento dos preços
“A economia nacional está depenada e agoniza a cada novo aumento dos combustíveis”, alertou a instituição liderada por Carlos Barbosa, no dia em que o preço dos combustíveis voltou a subir.
Em comunicado, o ACP questiona o Governo se “tem noção do garrote fatal que o sector automóvel está a enfrentar, dos despedimentos em massa, das empresas que não conseguem suportar estes aumentos nas suas frotas, dos automobilistas que precisam do carro para trabalhar e mal ganham para gasolina”.
“Perante este cenário de catástrofe, o Governo fala em retoma económica. Só pode estar a brincar com os contribuintes”, criticou, referindo-se à afirmação do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de que 2013 será um ano de inversão e de “preparação da recuperação” económica.
O ACP apontou ainda o dedo “à desregulação no sector dos combustíveis”, acusando a Autoridade da Concorrência de “inoperância”, “maquilhada com relatórios bíblicos sobre tudo menos o que interessa ao bolso dos consumidores”.
Os combustíveis voltam a subir esta semana - dois cêntimos o gasóleo e três cêntimos a gasolina -, o que faz com que os portugueses gastem em média mais 8,5 euros para atestar um depósito médio de 50 litros do que há um ano.
De acordo com as contas da Lusa, atestar um depósito de 50 litros de gasóleo custava há um ano 66,6 euros e agora, com esta nova subida, fica oito euros mais caro, atingindo os 75 euros.
Já atestar um depósito de 50 litros de gasolina 95, fica cerca de nove euros mais dispendioso do que em Agosto de 2011, passando de 76 para 85 euros, tendo como referência os preços os preços médios divulgados pela Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG).
Com esta subida o gasóleo atinge um máximo histórico de 1,50 euros, depois de, em Março, ter alcançado o valor de 1,4825 euros/litro.
O preço da gasolina fica a cerca de quatro cêntimos do máximo histórico de 1,738 euros/litro, atingido em Abril deste ano.
Esta nova subida do preço do petróleo, que na semana passada atingiu o valor mais elevado dos últimos três meses, está relacionada com a diminuição generalizada dos ‘stocks’ de crude e de produtos refinados (sobretudo da gasolina) nos Estados Unidos e com o aumento das tensões políticas no Médio Oriente, numa altura em que se adensam os rumores de um eventual ataque de Israel ao Irão e se agravam os conflitos na Síria.