Taxa de desemprego com novo máximo de 15% no segundo trimestre

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Foto: Joana Freitas (arquivo)

A taxa de desemprego apurada pelo INE para o segundo trimestre do ano foi de 15,0%, o que constitui um novo máximo, depois dos 14,9% relativos ao primeiro trimestre.

A população desempregada aumentou em cerca de 7900 pessoas em três meses, passando de 819,3 mil para 826,9 mil, o que é mais 22,5% do que os 675 mil desempregados registados no segundo trimestre do ano passado. A população activa subiu 0,6% face ao primeiro trimestre (para 5,5 milhões), mas caiu 0,9% face ao segundo trimestre de 2011.

O INE explica que o aumento do número de desempregados no segundo trimestre resulta sobretudo de um acréscimo entre os homens, pessoas com 45 e mais anos, com nível de escolaridade completo correspondente no máximo ao terceiro ciclo do ensino básico, e à procura de novo emprego.

A nova taxa de desemprego reflecte uma subida entre os homens, onde passou de 14,8% para 15,1%, enquanto entre as mulheres caiu de 15,1% para 14,9%. Entre os jovens dos 15 aos 24 anos, a taxa de desemprego recuou de 36,2% no terceiro trimestre para 35,5% entre Março e Junho.

Por regiões, o maior aumento da taxa de desemprego deu-se em Lisboa, que tem agora a maior taxa: 17,6%. O recorde tem pertencido ao Algarve, que no entanto registou agora uma forte diminuição do primeiro para o segundo trimestre, de 20% para 17,4%, provavelmente reflexo das contratações para satisfazer as necessidades da época turística de Verão.

É também natural que esta oscilação sazonal do mercado de trabalho explique a subida da população activa e da população empregada registada do primeiro para o segundo trimestre, a par de uma descida da população inactiva.

O valor hoje divulgado para a taxa de desemprego no país constitui um recorde desde o início do cálculo destes dados pelo INE (no segundo trimestre de 1983) e desde o início as séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato do que o actual.

O Eurostat divulgou no final do mês passado uma taxa de desemprego de 15,4% para Portugal em Junho, e tem divulgado dados números acima de 15% desde Março.

No entanto, os seus dados são calculados com base na informação do INE, calibrados com informação do IEFP. Além disso, enquanto o INE calcula apenas taxas trimestrais, o Eurostat avança com valores mês a mês – que são por isso frequentemente sujeitos a revisão em função dos dados que o INE depois divulga, como agora deverá acontecer.

Paulo Miguel Madeira

Notícia actualizada às 12h23
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