Haxixe apreendido em Portugal desceu para um terço

O ano passado foram apreendidas quase 14,5 toneladas de haxixe, a droga mais interceptada pelas autoridades, cerca de um terço das 44,6 toneladas confiscadas em 2007

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Colaboração entre a PJ e a DEA levou à captura de um barão da droga colombiano Sérgio Azenha

O sucesso das operações de combate ao tráfico de droga sucederam-se no último mês, mas um olhar sobre a evolução das apreensões mostra que as polícias portuguesas têm apanhado menos estupefacientes nos últimos cinco anos.

O ano passado foram apreendidas quase 14,5 toneladas de haxixe, a droga mais interceptada pelas autoridades, cerca de um terço das 44,6 toneladas confiscadas em 2007. No mesmo período, também a cocaína apreendida no país, que, como o haxixe, serve para abastecer não só o mercado nacional mas igualmente o europeu, diminuiu para metade.

Os dados são dos relatórios anuais de segurança interna e mostram que entre 2007 e 2011 a evolução não foi sempre no mesmo sentido, apesar de se verificar uma tendência para o decréscimo das apreensões. José Ferreira, da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, assume a dificuldade em explicar os números. "O facto de estarmos a ser mais eficazes no combate pode desviar a droga para outras rotas que não passam por Portugal", adianta José Ferreira. "Por outro lado, há substâncias, como o ecstasy, em que uma grande apreensão pode fazer uma verdadeira diferença e mudar toda a estatística", completa.

O haxixe interceptado pelas polícias o ano passado foi a quantidade mais baixa dos últimos cinco anos. As 14,5 toneladas significaram menos de metade do apreendido em 2010, ano em que as autoridades conseguiram retirar do mercado mais de 33 mil toneladas de cannabis. Em 2009, o haxixe apreendido voltou a descer para quase 23 toneladas e no ano seguinte registou-se o recorde dos últimos cinco anos com mais de 61 toneladas confiscadas. A esmagadora maioria vem de Marrocos por via marítima e destina-se a Portugal, Espanha e a outros países europeus.

Laurent Laneil, do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, nota que esta diminuição em Portugal acompanha uma tendência europeia. "As apreensões de haxixe diminuíram em vários países, sobretudo em Espanha, que concentra 75% das apreensões em toda a Europa nos últimos 15 anos", sublinha o especialista.

Sobre as causas que estão na origem do decréscimo não há certezas, mas o observatório avança as hipóteses mais prováveis. "Por um lado, a produção da cannabis em Marrocos foi reduzida, por outro há um aumento em vários países da produção interna, havendo hoje mais consumidores de erva do que de haxixe", afirma Laurent Laneil.

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