Kirani James é o herói das comitivas pequenas

Kirani James conquistou o único ouro de Granada nestes Jogos
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Kirani James conquistou o único ouro de Granada nestes Jogos Foto: Olivier Morin/AFP
Granada é um dos 99 países em 204 com menos de dez atletas a competir nos Jogos de Londres
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Granada é um dos 99 países em 204 com menos de dez atletas a competir nos Jogos de Londres Foto: Franck Fife/AFP

Sabia que 5% dos atletas da Eritreia que participaram nos Jogos Olímpicos ganharam medalhas? Ou que a Namíbia tem uma medalha por cada oito dos seus participantes nos Jogos?

Ou que 20% dos atletas do Tonga nos Jogos de Atlanta 96 ganharam uma medalha? São estes os números que mostram que não são apenas os gigantes mundiais a ganharem nos Jogos. E os de Londres já provaram isso mesmo. Prova de defesa número um: Kirani James, o jovem de 19 anos que se mostrou totalmente dominador na final dos 400m do atletismo, depois de já ter sido campeão do mundo em 2011. Ele representa Granada, que tem apenas nove atletas a competir em Londres. Ou seja, mais de 10% dos atletas deste arquipélago do Mar das Caraíbas já foram campeões olímpicos.

Granada é um dos 99 países em 204 com menos de dez atletas a competir nos Jogos de Londres e o único entre eles que até agora (e ainda com mais cinco dias de competição pela frente) ganhou uma medalha, naquela que foi a primeira medalha de sempre, sendo Londres a oitava presença olímpica.

Um caso famoso do passado é o de Paea Wolfgram, que conquistou uma medalha de prata pelo Tonga (que tinha apenas cinco atletas) no boxe, em Atlanta 1996. Quanto às medalhas da Namíbia, representada por 34 atletas no seu historial olímpico, são todas do mesmo atleta e do mesmo metal, quatro de prata conquistadas pelo velocista Frankie Fredericks.

Nenhum dos países presentes está representado por apenas um atleta. O mínimo são dois e há dez comitivas nesta condição: Butão, Chade, Timor-Leste, Dominica, Guiné Equatorial, Mauritânia, Nauru, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa e Somália. Alguns destes atletas estão nos Jogos ao abrigo de uma espécie de mecanismo de solidariedade do Comité Olímpico Internacional (COI) para integrar o maior número de países na competição, sem que cumpram critérios desportivos. Mas, na maior parte dos casos, a sua presença passa despercebida.

Ou então os seus falhanços são espectacularmente ampliados, como aconteceu com Eric Moussambani, a "enguia" da Guiné Equatorial que quase se afogou na piscina de Sydney e se tornou numa celebridade internacional. Ele, entretanto, melhorou muito os seus tempos, mas deixou de ser tão "apreciado" porque já não nadava tão devagar. Moussambani, que era um dos quatro atletas do seu país em Sydney (e foi o porta-estandarte), até se tornou o seleccionador nacional de natação, mas a Guiné Equatorial não teve nenhum nadador em Londres.

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