O lugar provável deve ser "onde o arquitecto intervém"

E se em vez de roupas fossem lugares? No estendal urbano que se dá a conhecer por "Lugares Prováveis" estão pendurados projectos de arquitectura realizados na região de Braga

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Almedina Mestrovac

São seis projectos de arquitectura, criados e situados no distrito de Braga, pendurados em 18 metros de fio de estendal. A ideia é levar o cidadão comum a pensar sobre o poder de transformação da arquitectura nos centros urbanos da região.

Lugares Prováveis”, assim se chama, a instalação/exposição itinerante que recorre ao uso de metáforas para mostrar possíveis formas de relacionamento da arquitectura com o espaço. “O lugar do arquitecto é um caminho provável para o desenho das nossas cidades”, explica José Martins, um dos autores e coordenadores da iniciativa.

Projectos como o da renovação do Largo do Toural, em Guimarães, ou da reformulação/restauração do antigo posto da GNR, em Braga, são alguns dos exemplos pensados pelos arquitectos João Abreu, José Martins e Luís Vidal para integrar esta iniciativa, organizada pelo Núcleo de Arquitectos da Região de Braga (NARB) da Ordem dos Arquitectos da Secção Norte (OARSN), em colaboração com a Capital Europeia da Cultura 2012.

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Almedina Mestrovac

A cada projecto foi atribuído um "lugar" ou caminho/forma de intervenção. O "Lugar da Investigação", desenvolvido pela Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, segue uma vertente mais "pedagógica", refere José Martins, destacando a importância do trabalho académico na área.

Já o "Lugar do Espaço Público", que diz respeito ao projecto do Toural, prende-se com os conceitos de mudança e memória. "Quando a mudança é muito grande, a memória das pessoas é atingida", explica o arquitecto ao referir-se à polémica reformulação da praça.

Seguem-se o "Lugar da Regeneração Urbana", relativo a um antigo posto da GNR, em Braga, convertido no projecto "GeNeRation", a sede da Capital Europeia da Juventude 2012; O "Lugar da Multidisciplinariedade", um projecto que integra a colaboração de artistas de outras áreas; O "Lugar da Transformação", sobre uma unidade fabril transformada num centro de artes, o CAAA, em Guimarães; E por último, o "Lugar da Natureza", um loteamento no centro de Braga onde existe um muro a contornar uma árvore, sinónimo de "aceitação" e "domesticação" da natureza com o lugar, refere Martins.

O estendal urbano foi pensado em "duas velocidades e dois afastamentos", acrescenta o arquitecto, uma vez que os detalhes de cada projecto podem ser lidos atrás de cada tela.

A instalação/exposição itinerante está até dia 14 de Agosto em Guimarães, na Alameda de São Dâmaso, e segue depois para Esposende, Barcelos, Vila Nova de Famalicão e Braga, onde vai ficar de 25 de Setembro até 16 de Outubro.

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