Consumir em dois meses depois de abrir. A recomendação é digna de qualquer produto alimentar, mas, desta feita, é dada por uma editora de livros. A Eterna Cadencia lançou, em Junho, a colecção o “Livro que não pode esperar”, uma compilação de textos de autores latino-americanos.
O título explica, literalmente, do que se trata: um livro que, depois de aberto, sobrevive apenas por 60 dias. A ideia é possível graças à impressão com uma tinta especial que vai desaparecendo com o contacto com a luz e o ar, até se transformar num livro completamente em branco.
Com esta colecção dedicada a novos autores, a Eterna Cadencia não procura propriamente lucro: o livro foi posto à venda por uma preço simbólico de dois pesos argentinos (cerca de 35 cêntimos) e, como era previsível, a procura superou largamente a oferta, tendo esgotado de forma muito rápida.
“Os livros são objectos muito pacientes: compramo-los e eles esperam por nós para serem lidos, dias, meses, até anos”, explica na promoção da iniciativa a editora argentina. Mas e os novos autores? Com esta colecção, a editora garante que eles também não esperem e que sejam mesmo lidos.
É um incentivo à leitura e um desencorajamento à utilização dos livros como peças decorativas: quem comprou o “Livro que não pode esperar” dificilmente arrisca deixar para mais tarde a leitura.