Carro por fora, carrinha por dentro

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Por fora, parece uma vulgar berlina de três volumes, de linhas sóbrias e não muito entusiasmantes. Mas é por dentro que o Rapid impressiona: habitáculo espaçoso e mala que, mesmo sem bancos rebatidos, é maior do que a de muitas carrinhas.

A Skoda, tal como fez com o Superb no segmento D, criou com o Rapid um modelo que é uma referência em espaço do habitáculo e volume de mala no seu segmento, o C - pequenos familiares compactos. Posicionado na entrada deste segmento, entre o utilitário Fabia e o maior Octavia, o Skoda Rapid será lançado em Portugal no início de 2013, com duas motorizações, a gasolina, 1.2 TSI (86cv, 105cv) e, a gasóleo, 1.6 TDI de 105cv. Os preços deverão começar nos 16.000-17.000€.

Construído sobre o chassis alargado e alongado do VW Polo, o Skoda Rapid, visto por fora, com 4,48m de comprimento (mais 30cm que um VW Golf), 1,71 de largura e 1,46m de altura, num primeiro olhar não impressiona por aí além. É uma berlina de três volumes e linhas clássicas - um tipo de carroçaria que não colhe muitas preferências em Portugal, por questões estéticas e por não ter a modularidade e funcionalidade de uma carrinha, por exemplo.

Só que as aparências enganam (e neste caso muito...). O grande portão traseiro, cujas dobradiças estão no tejadilho, ao abrir dá acesso a uma mala com 550 litros de volume, que, com os bancos traseiros rebatidos, sobe para 1490 litros: uma referência em carros ou carrinhas de dimensões similares. E este novo modelo da marca checa do grupo Volkswagen reserva mais surpresas em termos de espaço: no habitáculo, onde cabem cinco pessoas, dois ocupantes com mais de 1,80m sentam-se um atrás do outro à vontade - é mais espaçoso do que o primeiro Octavia e está muito mais próximo deste do que do Fabia.

Este é um carro que procura fazer jus ao lema "Simply Clever" ("Simplesmente Engenhoso"), um familiar prático e funcional, com, segundo a Skoda, 19 soluções simples para tornar mais fácil a vida dos seus utilizadores, tais como um raspador de gelo na tampa do depósito de combustível (para, em países de climas frios, evitar abrir o carro e encher o interior de neve), mala com ganchos para prender sacos de supermercado e uma cobertura do chão com duas faces reversíveis (uma em tecido e outra em borracha lavável), compartimento especial para o colete refletor de fácil acesso pelo condutor, encaixes para os cintos de segurança traseiros, compartimentos específicos para telemóvel e óculos, recipiente para lixo na porta da frente, clip para prender bilhetes de portagem ou estacionamento visíveis e à mão, etc. etc.

Embora tenha herdado o nome de um coupé produzido pela Skoda entre 1984 e 1990, é um veículo completamente diferente, que só é Rapid de nome. Pelo contrário, está vocacionado para ser o único carro de uma família, com motorizações do grupo Volkswagen que primam pela economia de consumos e razoabilidade de performances. Em Portugal, só deverão ser comercializadas as variantes Green Tec, com Start & Stop (paragem e arranque automáticos do motor), regeneração da energia de travagem e pneus de baixa resistência ao rolamento. O Skoda Rapid deverá ter três níveis de equipamento, cujo conteúdo está ainda por definir, mas que inclui de série seis airbags, controlo de estabilidade e protecção de peões. Para além da suspensão normal, o Rapid poderá ter em opção outra para circular em vias com piso degradado que eleva a altura da carroçaria 155m à frente e 12mm atrás e inclui uma placa que protege o motor.

O interior é sóbrio mas funcional, com um ecrã central que pode ser colorido e ter um sistema de navegação no equipamento de topo. Não há demasiados botões e, incluindo os dos comandos do volante, são simples e fáceis de accionar.

Num olhar mais atento às linhas exteriores, descobre-se que o Rapid já traz o novo emblema da marca (flecha alada estilizada sobre fundo preto) no capot e nova grelha e começa-se a apreciar mais as linhas deste cruzamento entre berlina de três volumes e hatchback, com a funcionalidade de uma carrinha. O Skoda Rapid não será um caso de amor à primeira vista, mas um carro de que se começa a gostar aos poucos e que poderá resultar numa relação sólida e duradoura, como é o caso das dos clientes típicos da Skoda, que tendem a conservar os seus veículos durante muitos anos.

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