Queda livre: saltou de um balão a 29.455 metros de altitude

O austríaco Felix Baumgartner fez tentativa para bater recorde mundial, que pertence a um antigo piloto de caças e de testes da Força Aérea dos EUA: 36.500 metros de altitude

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O balão de Felix Baumgartne a subir para o teste que decorreu em Roswell

Foi só um ensaio, mas os números são impressionantes: nesta quarta-feira, 25 de Julho, o austríaco Felix Baumgartner saltou de um balão a 29.455 metros de altitude, voou em queda livre a 863km/hora, abriu o páraquedas e aterrou em segurança. A seguir virá a tentativa de recorde mundial, com um salto a 36.500m.

O balão de hélio, com uma cápsula pressurizada, que elevou o chamado “homem-pássaro” (por causa dos seus saltos em queda livre com um fato especial que simula uma asa), descolou de Roswell, nos EUA, onde as condições climatéricas são consideradas ideiais para o balonismo mais radical.

Isto quando a meteorologia está pelos ajustes: este salto foi adiado por duas vezes devido a ventos em altitude e a trovoadas. A ascensão durou 90 minutos, até às camadas mais altas da atmosfera. 

Depois, Felix saltou e voou em queda livre durante 3m46s, atingindo uma velocidade máxima de 863 km/h antes de abrir o páraquedas e aterrar, ao cabo de 10m36s.

A equipa Red Bull Stratos, que está por trás deste projecto, salienta que o segundo salto de ensaio (o primeiro foi feito a 21.828m) serviu para fazer os testes finais de equipamento e de organização da logística em condições reais de voo. Não foi, por enquanto, adiantada qualquer data para o salto decisivo, o que tentará colocar Baumgartner na lista de recordes mundiais.

A mão inchada

Se for bem sucedido, o “homem-pássaro” destronará o norte-americano Joe Kittinger, antigo piloto de caças e de testes da Força Aérea dos EUA.

A 16 de Agosto de 1960, ele subiu num balão de gôndola aberta, usando um fato pressurizado, e saltou de uma altitude de 31.300m, atingindo a velocidade máxima de 988km/h durante os 4m36s de queda livre – abriu o páraquedas a 5500m.

Devido a um problema no seu fato, a luva da mão direita funcionou mal e a despressurização na subida levou a que a mão de Kittinger tivesse inchado para o dobro do seu tamanho normal. 

Para Baumgartner, os progressos da tecnologia são boas notícias. O seu fato não apresentou problemas durante os testes – o que não quer dizer que não tenha havido dificuldades.

A maior de todas foi a sensação de claustrofobia que o aventureiro sentia no seu interior. Nos cinco anos de preparação para esta tentativa de recorde, esse foi sempre um problema, até que o austríaco recebeu um conselho importante: passar o máximo de tempo possível com o fato vestido, para se habituar e ficar mais à vontade. 

Resultou. E o autor da sugestão foi alguém que sabe do que fala: Joe Kittinger integra a equipa de apoio de Baumgartner. Um pormenor importante, quando se planeia saltar em queda livre das camadas mais remotas da atmosfera terrestre e quebrar a barreira do som (1236 km/hora) antes de abrir o pára-quedas. Um destes dias, num céu perto de si.

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