A biodiversidade está “seriamente ameaçada” em metade das áreas tropicais protegidas

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As florestas tropicais cobrem 6% da superfície terrestre Filipe Morato Gomes

A biodiversidade de metade das áreas tropicais protegidas, entre as quais a Amazónia e florestas da América Central, está “seriamente ameaçada”, segundo um estudo publicado esta quinta-feira pela revista científica Nature.

As áreas mais ameaçadas são aquelas nas quais o nível de protecção diminuiu nas últimas décadas, ou que acabaram prejudicadas por actividades económicas, como a exploração florestal, a invasão dos terrenos, as queimadas para criar pastos e a mineração ilegal.

“Metade das reservas tropicais protegidas está bem, mas a outra metade está a sofrer”, declarou o autor principal do estudo, William Laurance, biólogo na Universidade James Cook, à agência EFE.

Estas áreas, que são conhecidas por serem a região com maior biodiversidade do planeta, são agora alvo de uma enorme ameaça. Com base em 262 entrevistas a biólogos com experiência nos locais citados, o estudo mostra que a situação piorou mais depressa nas reservas africanas e nas selvas latino-americanas.

Entre os animais mais ameaçados estão predadores, como jaguares e tigres, e mamíferos grandes, como elefantes e rinocerontes. Para travar o problema, Laurence aconselha a usar o trabalho com as comunidades locais, para ensinar usos benignos da vegetação, e a criação de zonas de diminuição de impactos entre as áreas protegidas e os seus arredores.

As florestas tropicais cobrem 6% da superfície terrestre, mas contêm mais de metade das espécies de fauna e flora do planeta. O estudo cobriu 36 países, ao longo dos trópicos de África, Ásia e América do Sul.

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