O chifre de rinoceronte é como um carro de luxo no Vietname

Foto
Em 2011, foram abatidos 448 rinocerontes na África do Sul Alexandre Joe/AFP

Segundo uma lista divulgada pela Fundação Mundial para a Protecção da Vida Selvagem (WWF), o Vietname é o país que menos cumpre as medidas de prevenção do comércio ilegal de animais selvagens. Esta tabela foi apresentada esta segunda-feira, em Genebra, na reunião bianual da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES).

Nos últimos anos, a nova classe média do país do sudoeste asiático tem vindo a aumentar a procura por chifres de rinoceronte, em grande parte impulsionada pela crença de que podem curar o cancro. No entanto, não é só pela medicina tradicional que os rinocerontes são agora perseguidos. Passaram também a ser incluídos em “bebidas alcoólicas" pelos milionários locais.

Apesar do comércio de chifres de rinoceronte ser ilegal desde 2006, e poder ser punido com até sete anos de prisão, a legislação no Vietname não está a ser aplicada. Desde 2008, que nenhuma apreensão é registada.

Os circuitos do mercado negro vêm da África do Sul. Só este ano foram detidos 43 cidadãos asiáticos por crimes relacionados com rinocerontes, dos quais 24 eram vietnamitas.

Também vários diplomatas vietnamitas foram apanhados a traficar chifres de rinoceronte. Em 2008, o diplomata Vu Anh Moc foi mesmo filmado enquanto entregava uma encomenda com um chifre de rinoceronte à embaixada vietnamita em Pretória.

A caça furtiva de rinocerontes na África do Sul tem vindo a aumentar desde 2010. Segundo estatísticas oficiais, só no primeiro semestre deste ano já foram mortos 245 rinocerontes.

Os valores do ano passado indicam que foram abatidos 448 destes animais e, caso a tendência dos primeiros seis meses deste ano se mantenha, 2012 poderá ser um ano negro para os rinocerontes sul-africanos, cuja população se calcula ser de aproximadamente 20 mil animais.

Tanto a WWF como a CITES estão a fazer pressão para o Vietname melhorar a aplicação da sua legislação, reprimir o comércio online e educar a população.

Sugerir correcção
Comentar