Mordomo do Papa passa para prisão domiciliária

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Até ser detido, Paolo Gabriele era a primeira e a última pessoa que via o Papa todos os dias Alessandro Bianchi/Reuters

Paolo Gabriele, que se encontrava detido desde 23 Maio, depois de terem sido encontrados documentos confidenciais do Vaticano em sua casa, saiu neste sábado da prisão. O mordomo de Bento XVI, acusado de ser a fonte das fugas de informação verificadas na Santa Sé em Fevereiro, ficará a aguardar a conclusão das investigações em prisão domiciliária.

A decisão foi anunciada pelo porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, que disse, de acordo com a AFP, que “a sua detenção já não é necessária”. Paolo Gabriele – que foi submetido este sábado a sete horas de interrogatório e que ficará a residir com a família, no Vaticano – poderá ter contactos com o exterior mas “estritamente regulamentados”.

O mordomo de Bento XVI era a primeira e a última pessoa que via o Papa todos os dias. Quando foi detido, tinha na sua posse documentação classificada e correspondência privada do chefe da Igreja Católica, que pouco depois reiterou a “confiança” nos seus colaboradores próximos e lamentou a proliferação de “hipóteses gratuitas” nos meios de comunicação.

A imprensa italiana chegou a dizer que Paolo Gabriele não agiu sozinho e pode ter sido usado por um grupo de pessoas que, no Vaticano, conspira para preparar a sucessão de Bento XVI. Algo que Federico Lombardi negou: “A Santa Sé rejeita a ideia de que as fugas de informação constituam uma operação concertada”, ou que resultem de “lutas ou conspiração internas”.

O advogado do mordomo corroborou, também neste sábado, esta versão da história. Carlo Fusco assegura que o seu cliente “agiu sozinho”, cita a Reuters. Paolo Gabriele, que até agora se encontrava detido numa cela da esquadra de polícia da Santa Sé, continua à espera para saber se será ou não levado a julgamento, decisão que, segundo Lombardi, caberá a um magistrado.

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