Funeral de Hermano Saraiva realiza-se este sábado

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Nuno Ferreira Santos

O velório do historiador José Hermano Saraiva, falecido esta sexta-feira aos 92 anos, decorre desde as 21h na igreja do Convento de Jesus, disse à Lusa fonte eclesiástica. A missa do corpo presente decorre este sábado, às 14h, seguindo-se o funeral para o cemitério de Palmela.

José Hermano Saraiva, referido pelo secretário de Estado da Cultura como “um grande comunicador e divulgador da História e da cultura de Portugal”, morreu esta sexta-feira na sua residência em Palmela.

Nascido em Leiria, no dia 3 de Outubro de 1919, José Hermano Saraiva notabilizou-se nas quatro últimas décadas através de programas televisivos sobre História.

Licenciado em Histórico-Filosóficas (1941) e em Ciências Jurídicas (1942), exerceu advocacia e foi professor do ensino secundário. Em 1957 foi deputado à Assembleia Nacional.

Entre outros cargos públicos que exerceu antes do 25 de Abril de 1974, como o de director do Instituto de Assistência aos Menores, foi ministro da Educação Nacional entre 1968 e 1970, qualidade na qual inaugurou a Biblioteca Nacional de Portugal. Foi substituído por Veiga Simão, após a crise académica de 1969, tendo sido designado embaixador de Portugal em Brasília, em 1972.

A colaboração com a RTP começou em 1971 com o programa “Horizontes da Memória”, tendo nesse ano recebido o Prémio da Imprensa para o Melhor Programa do Ano. Foi ainda autor e apresentador de “Gente de Paz”, que assinalou o seu regresso à RTP em 1978, “O Tempo e a Alma”, “Histórias que o Tempo Apagou” e “A Alma e a Gente”.

Um dos seus livros mais conhecidos é a “História concisa de Portugal”, já na 25.ª edição, com um total de cerca de 180 mil exemplares vendidos. Editado pela primeira vez em 1978, este título foi já traduzido em espanhol, italiano, alemão, búlgaro e chinês. Hermano Saraiva dirigiu também uma outra História de Portugal, em seis volumes, publicada em 1981 pelas Edições Alfa.

Na área da História, José Hermano Saraiva publicou cerca de 20 títulos, entre eles “Uma carta do Infante D. Henrique”, “O tempo e alma”, “Portugal -- Os últimos 100 anos”, “Vida ignorada de Camões” ou “Ditos portugueses dignos de memória”.

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