Schleck com contra-análise positiva, corredor reitera inocência

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Foto: Stephane Mahe/Reuters

A contra-análise à amostra B do controlo "antidoping" feito ao ciclista Frank Schleck acusou positiva quanto a um diurético usado na Volta à França, mas o luxemburguês insistiu hoje na sua inocência.

“Recebi os resultados da análise da amostra B do Laboratório Nacional de Detecção de Dopagem Chatenay-Malabry. Deu positivo, mas nada muda para mim”, disse Schleck em comunicado, três dias após ter sido apanhado com Xipamide.

O chefe-de-fila da RadioShack no Tour, que seguia no 12.º posto a 9m45s do líder após 15 etapas, é peremptório: “Sei que nada fiz de ilegal. Vou continuar a tentar determinar de que forma a substância proibida foi capaz de entrar no meu corpo. Para já, vamos analisar cada minuto de tudo o que fiz, comi ou bebi, no dia anterior e no controlo de 14 de Julho”.

O ciclista de 32 anos mantém a tese de poder ter sido envenenado ou tudo não ter passado de um acidente.

“Especialistas na área dizem que este produto, tomado em condições extremas, como uma corrida de bicicleta, é perigoso e pode mesmo ser fatal. Por esta razão, realmente preciso determinar a sua origem”, vincou.

Os diuréticos não aumentam o rendimento dos atletas, mas podem ser utilizados como mascarantes, encobrindo o recurso a outras substâncias, e são associados a transfusões sanguíneas.

O Xipamide é normalmente utilizado no tratamento de edema e hipertensão e Schleck tem a oportunidade de provar a sua inocência, uma vez que este produto entra numa categoria que o Código Mundial Antidopagem designa “substâncias especificadas”.
“Dentro do pressuposto de que não tomei nada ilegal, acho que alguém teve de administrar este medicamento. A contaminação também pode ser acidental ou pode ter ocorrido um fenómeno que é actualmente desconhecido”, acrescentou. Schleck revelou ainda que “as investigações vão continuar” e que vai informando dos “resultados”.

Na terça-feira, a União Ciclista Internacional (UCI) afirmou que o corredor, terceiro classificado do Tour em 2011, foi informado de um “resultado analítico adverso (presença do diurético Xipamide com base no relatório do laboratório de Châtenay-Malabry) na amostra de urina recolhida num teste em competição durante a Volta à França a 14 de Julho”.

O documento diz que “se um atleta conseguir provar a circunstância em que a substância especificada foi administrada ou de que forma ficou na sua posse e que não tinha a intenção de melhorar o rendimento desportivo, a sanção pode ser reduzida no mínimo a uma advertência sem período de suspensão e no máximo a uma suspensão de dois anos”.

Frank Schleck é irmão mais velho de Andy, declarado vencedor do Tour de 2010 depois de o espanhol Alberto Contador ter sido desqualificado por "doping".

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