Arquivo Distrital de Braga terá novas instalações

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Universidade do Minho só terá espaços cerimoniais no Largo do Paço HUGO DELGADO

Arquivo passa a funcionar num edifício a recuperar, que pertence à Universidade do Minho

O Arquivo Distrital de Braga vai ter novas instalações, abandonando o palácio barroco onde actualmente se encontra. A mudança vai permitir dar melhores condições a este serviço, ao mesmo tempo que possibilita a reabilitação da Biblioteca Pública e da Reitoria da Universidade do Minho (UM), que funcionam em espaços contíguos.

O arquivo passará a funcionar num edifício a recuperar, propriedade da UM, que fica na Rua Abade da Loureira, próximo do mercado municipal. A recuperação implica a construção de um novo corpo nas traseiras do imóvel. Desde 1934 que o arquivo funciona no antigo palácio do arcebispo D. José de Bragança. O espaço estava sobrelotado, tendo sido detectadas "ameaças à preservação e integridade" do edifício e do património ali existente, bem como um "baixo desempenho energético e funcional", garante a universidade.

Esta alteração será viabilizada por um protocolo assinado ontem entre o Governo e a UM, que devia ter sido rubricado pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. O governante chegou a ser recebido pelo reitor António Cunha, mas teve uma indisposição e não chegou a participar na cerimónia. A tutela vai apoiar a intervenção a nível técnico, assumindo também os projectos de arquitectura.

Esta deslocalização vai permitir uma requalificação da Biblioteca Pública de Braga. A UM pretende criar naquele espaço uma Casa do Leitor e da Leitura e musealizar parte da área do arquivo. Os serviços da reitoria, que funcionam no complexo do Largo do Paço, no centro da cidade, também serão transferidos para os campi e, no seu lugar, serão criadas áreas expositivas e um espaço dedicado à realidade virtual. No edifício medieval, a UM vai apenas manter os espaços nobres para cerimónias oficiais e momentos simbólicos.

As novas instalações do arquivo devem estar concluídas dentro de três anos, adiantou ontem o reitor António Cunha, mas a operação global de renovação do complexo do Largo do Paço só estará concluída dentro de cinco a seis anos. O valor global do investimento ainda não está apurado, mas o reitor avança que deverá ultrapassar os dez milhões de euros. O momento de crise e as dificuldades do ensino superior fazem com que este "não pareça o momento adequado" para um investimento como este, admite o responsável, para quem era importante ter o projecto em andamento, mesmo que a baixa velocidade.

A UM vai agora procurar financiamento para este investimento, que poderá passar pelo próximo Quadro Comunitário de Apoio, mas também por uma parceria com privados. António Cunha anunciou ontem que, nos próximos dias, será rubricado um protocolo de colaboração com a Caixa Geral de Depósitos, que será parceira de toda a intervenção, criando condições para a "engenharia financeira" necessária à concretização deste projecto.

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