Passos alerta que aversão ao risco pode pôr a economia em perigo

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O primeiro-ministro reiterou que a direcção que Portugal quer “tomar está bem definida” Foto: Nelson Garrido

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje esperar que a cultura de aversão ao risco existente na Europa “não se desequilibre muito mais”, porque se isso acontecer “qualquer dia” não existirá economia que suporte o sistema financeiro.

“Apesar de reconhecer que os tempos que temos vivido nos últimos anos nos trouxeram mais cautelas a todos, é hoje muito evidente que o sistema financeiro na Europa desenvolveu um sentido de risco e de aversão ao risco que às vezes dificulta aquilo que é a própria função do sistema financeiro, que é estar disponível para que as empresas e as boas ideias possam florescer”, disse Passos Coelho na Exponor, em Matosinhos, durante o seu discurso na cerimónia de entrega da 10.ª edição do prémio Fundação Ilídio Pinho, Ciência na Escola.

O primeiro-ministro alertou: “Esta cultura de aversão ao risco, espero, não se desequilibre muito mais, porque se se desequilibrar muito mais qualquer dia temos algum sistema financeiro, mas não teremos economia que o suporte”.

Para Passos Coelho, “é importante” que sejam criadas “condições de confiança, de estabilidade, que permita ao sistema financeiro, aos investidores, aos agentes sociais, educativos e económicos desempenharem bem o seu papel”.

“Aqui infelizmente não há grandes atalhos que possamos fazer. Venceremos estas dificuldades, estou certo, e se continuarmos determinados a olhar para o mundo, de uma forma aberta, não discriminatória, em que o conhecimento esteja realmente à mão da utilidade que lhe podemos dar, então estou certo que os tempos que vamos viver nos próximos anos podem ser mais mobilizadores e mais geradores de prosperidade e de riqueza para todos”, declarou.

Na opinião do primeiro-ministro, a direcção que Portugal quer “tomar está bem definida”.

“Nós queremos ser uma economia, um país, uma sociedade, mais aberta, em que as nossas empresas possam exportar mais, mesmo as que não conseguirem exportar, que possam ser competitivas, como se estivessem a exportar porque isso significa que nós próprios, no mercado interno, dentro do nosso país podemos beneficiar de melhores serviços, de melhores, produtos, a melhores preços”, defendeu.

Passos Coelho defende assim mais eficiência: “Que é como quem diz, libertar mais recursos para apoiar outros que precisam mais, para reforçar as nossas políticas públicas ou simplesmente para deixar que as próprias famílias, as pessoas, as empresas, possam fazer escolhas mais ambiciosas, que não estejam tão limitadas como hoje estão pelos impostos e pela necessidade de corrigir os desequilíbrios que acumulamos”.

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