Instaurados mais de 7000 processos por crime fiscal em 2011

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Foto: Sara Matos

O fisco instaurou mais de 7000 processos por crime em 2011, um crescimento de 9% face a 2010, com a maioria das acções a deverem-se a situações de retenção de imposto que não era entregue ao Estado.

Os números fazem parte do Relatório de Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras de 2011 (link para PDF), entregue na terça-feira no Parlamento, no qual se dá conta de que, ao longo do ano passado, foram detectadas 7182 situações de fuga aos impostos e que, segundo a lei, são consideradas crime.

Na maioria destes casos, com mais de 6000 processos instaurados, está a situação de abuso de confiança fiscal, ou seja, situações em que os contribuintes retiveram impostos e não os entregaram ao Estado.

Poderão estar nestes casos situações como as de uma empresa que retém IRS a um funcionário, mas não o entrega ao Estado, ou contribuintes que cobram IVA aos clientes, e também não o entregam ao Estado.

Em qualquer dos casos, desde que se dê como provado o crime de abuso de confiança fiscal, e desde que a não entrega do imposto ultrapasse os 7500 euros, o Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT), no seu artigo 105.º, determina que os contribuintes podem incorrer numa “pena de prisão até três anos ou multa até 360 dias”.

Processos menos demorados

Segundo o relatório elaborado na Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, a segunda causa que motivou a abertura de mais processos criminais (679) prende-se com situações de fraude em que os contribuintes ocultam ou alteram factos que estão obrigados a declarar à administração fiscal.

Também aqui, caso se dê como provada a conduta dos contribuintes e a vantagem que daí resultar seja superior a 15 mil euros, a penalização será de pena de prisão até três anos ou multa até 360 dias.

Os restantes processos instaurados em 2011 dividem-se em situações de frustração de créditos ou burla tributária, respectivamente com 88 e 15 processos instaurados.

À semelhança do que aconteceu em 2010, no ano passado foram extintos mais processos do que os instaurados. “Assim, a administração fiscal, nesta área, encontra-se a realizar os ajustamentos necessários para terminar o processo de recuperação de processos, sendo expectável que no presente ano se atinja o equilíbrio entre a instauração e a extinção de processos”, lê-se no relatório.

O relatório enviado pelo Governo ao Parlamento dá ainda conta de que o tempo médio para a resolução dos processos por crime fiscal está a diminuir. “Em 2009, os 8250 processos demoravam, em média, 12,32 meses a concluir. Em 2011, os 7182 processos levaram apenas 5,2 meses, uma melhoria significativa.”

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