Presidente do Barclays demite-se após multa por manipulação do mercado

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Foto: Dylan Martinez/ Reuters (arquivo)

O presidente não executivo do Barclays, Marcus Agius, demitiu-se nesta segunda-feira, para tentar desarmar as fortes críticas dirigidas contra o banco depois de ter sido multado por manipulação das taxas do mercado interbancário britânico em benefício próprio.

Esta demissão surge num momento em que o banco, um dos maiores do Reino Unido, tenta limitar as consequências deste caso.

Ao longo do seu mandato de quase seis anos, Marcus Agius tem sido fortemente criticado pelos investidores sobre vários assuntos, nomeadamente quando em 2008 não protegeu os accionistas dos riscos financeiros que emanavam do Médio Oriente.

No entanto, o jornal Daily Mail vê a demissão como uma manobra para tentar poupar o presidente executivo da instituição, Bob Diamond, que saiu mal de uma audiência no Parlamento na semana passada. No domingo emergiram novos detalhes sobre o seu envolvimento na definição da taxa Libor (London Interbank Offered Rate, a equivalente britânica da Euribor).

O Barclays foi apanhado nas malhas de uma investigação que tenta perceber como os grandes bancos estabelecem certas taxas que afectam os custos da dívida dos consumidores e empresas.

Na semana passada, o banco fez um acordo com as autoridades britânicas e dos EUA, aceitando pagar 450 milhões de dólares para se ver livre da acusação de que tentara manipular taxas de juro em benefício próprio. Desde então, os políticos e os accionistas têm exercido uma pressão crescente sobre a gestão do banco, relata o Financial Times.

O banco reconheceu que fez licitações fraudulentas durante o processo de definição da Libor, à qual estão indexados contratos no montante de 360 biliões de dólares em todo o mundo. Reconheceu também que durante a crise financeira declarou custos de endividamento inferiores àqueles em que realmente incorria, alegando agora que acreditava que os outros bancos estavam a fazer o mesmo.

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