Taxa de carbono sobre os maiores poluidores entra em vigor na Austrália

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Julia Gillard fala sobre a taxa de carbono num fórum em Sidney em Julho de 2011 Tim Wimborne/Reuters

Neste domingo entrou em vigor na Austrália a taxa sobre as emissões de dióxido de carbono dos maiores poluidores, uma iniciativa anunciada há um ano pela primeira-ministra Julia Gillard e muito contestada.

Os maiores poluidores da Austrália, incluindo as centrais eléctricas a carvão, vão pagar inicialmente 18,1 euros por tonelada de dióxido de carbono (CO2) emitido – mais do dobro do custo na União Europeia (UE), actualmente nos 8,15 euros por tonelada.

Inicialmente, o plano vai abranger cerca de 300 empresas e autarquias que são responsáveis pela emissão de 60% das 550 milhões de toneladas de CO2.

O peso para a economia será aliviado com milhões de dólares de incentivos para minimizar o impacto dos custos, como a redução de impostos e aumento de pensões e outras prestações sociais.

Em 2015, esta taxa será substituída por um sistema de comércio de licenças de emissões, como o que existe na União Europeia desde 2005. A partir dessa altura, os poluidores poderão comprar créditos de emissão a sistemas semelhantes na Europa, Nova Zelândia e talvez aqueles previstos para a Coreia do Sul e China.

O Governo minoritário de Julia Gillard afirma que o plano é necessário para combater as alterações climáticas e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. A Austrália tem das emissões de CO2 per capita mais elevadas do mundo, devido à sua dependência das centrais eléctricas a carvão.

Mas ainda que esteja apenas a começar, o futuro desta taxa não é certo. A oposição conservadora já disse por várias vezes que se ganhar as eleições no final deste ano vai acabar com a taxa. Uma sondagem do Lowy Institute, citada pela Reuters, mostra que 63% dos eleitores é contra a taxa de carbono.

Nesta segunda-feira, um grupo de 300 empresas – que se auto intitula Businesses for a Clean Economy – lançou uma campanha nacional de apoio à taxa de carbono. O grupo, que inclui o IKEA e a Fujitsu, defende que o preço do carbono e as políticas complementares vão ajudar a manter a Austrália competitiva a nível global, através dos incentivos à inovação.

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