Hoje já existem quatro crias de lince-ibérico na reserva espanhola de Guarrizas, na Andaluzia. A fêmea, Granadilla, nascida do centro La Olivilla em Jaén, foi reintroduzida em 2010 e tornou-se o primeiro caso de reprodução em liberdade de um animal criado em cativeiro.

As crias, que nasceram no final de Março, foram encontradas pelos técnicos do projecto LIFE Lince em Junho. Nesta altura já ultrapassaram a idade crítica e estão em boas condições físicas, segundo um comunicado publicado no site oficial do projecto.

Granadilla foi a primeira fêmea nascida em cativeiro e libertada na natureza, mais concretamente no vale do rio Guarrizas, em 2010.

Os técnicos da Junta de Andaluzia consideram que a descoberta destas quatro crias é um enorme impulso para o establecimento da espécie na área, sendo que um rápido crescimento do populacional é essencial para alcançar as metas do programa.

Desde 2002, o lince-ibérico (Lynx pardinus) está classificado como criticamente em perigo de extinção na Lista Vermelha da UICN. A redução drástica das populações de coelho-bravo, a sua principal presa, por causa de duas doenças, a mixomatose (surgida na década de 1950) e a febre hemorrágica viral (década 1980), é apontada como a maior ameaça ao lince. Mas não a única. A sua situação é explicada ainda pela destruição do habitat - o matagal mediterrânico -, pela perseguição directa e por atropelamentos.

O último censo na Andaluzia, de 2011, estima que vivem em liberdade 312 linces-ibéricos, mais 37 animais do que no ano anterior e mais 218 do que em 2002, ano em que apenas restavam 94 linces. Neste momento, a saída do lince-ibérico da lista das espécies criticamente em perigo de extinção está a ser ponderada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido aos esforços de conservação na Andaluzia. Se o estatuto mudar, o lince-ibérico passará para espécie em perigo de extinção.