Família austríaca tenta viver sem plásticos

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A família austríaca evita agora as embalagens de plástico Enric Vives-Rubio

Segundo contaram nesta quarta-feira os Krautwaschl-Rabensteiner – um casal e três filhos – à revista Der Spiegel, tudo começou com uma experiência de um mês, depois de umas férias na Croácia, em 2009. Sandra, 40 anos e fisioterapeuta, ficou surpreendida com a quantidade de vezes que os filhos lhe perguntavam de onde vinha o lixo que dava à costa. Quando regressaram à Áustria viram o documentário “Plastic Planet”, do realizador austríaco Werner Boote, sobre os efeitos tóxicos do plástico no Ambiente, e decidiram mudar o seu estilo de vida.

No livro publicado na Alemanha, “Plastikfreie Zone” (“Zona Livre de Plásticos”), a família conta como tentou tirar de casa todos os produtos de plástico e arranjar alternativas, nomeadamente escovas de dentes em madeira, embalagens de leite de vidro e sacos de papel.

“Algumas pessoas pensam que vivemos agora na Idade da Pedra. Mas não é nada disso”, contou Sandra Krautwaschl-Rabensteiner à Der Spiegel. “A vida tornou-se um pouco mais simples, mais calma e mais confortável.”

A experiência que deveria durar um mês prolongou-se. Mas a família não chegou ao “zero plástico”. Por exemplo, hoje ainda usam equipamentos electrónicos e capacetes de bicicleta que têm partes de plástico. Mas tentam comprar ao máximo produtos em segunda mão e partilham o carro com outra família. “Percebemos que não é possível fazer isto a 100%”, disse Sandra Krautwaschl-Rabensteiner. Ainda assim, com o tempo, conseguiram reduzir os resíduos de plástico “a quase nada”.

Em 2007, nos Estados Unidos, Colin Beavan, 43 anos, e a sua família fizeram uma experiência semelhante. Este escritor quis saber até que ponto é possível um cidadão chegar para fazer a diferença e reduzir a sua pegada ecológica. Durante um ano, este norte-americano a viver no centro de Nova Iorque com a sua mulher, filha e cão, tentou não fazer lixo, só comer alimentos orgânicos produzidos localmente e não usar transportes movidos a combustíveis fósseis. O desafio No Impact Man transformou-se num projecto que hoje ajuda cerca de 40 mil pessoas a tomar decisões diárias mais sustentáveis.

"Estamos a destruir o planeta e não nos estamos a divertir com isso. Isso não nos faz felizes", simplifica. "Precisamos de mudanças a todos os níveis da sociedade. Como produzimos a nossa energia, quantas coisas compramos e como as usamos, no fundo, como vivemos", conta ao PÚBLICO no ano passado.

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