Bancos de Desenvolvimento investirão 175 mil milhões na sustentabilidade dos transportes

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Comboio de alta velocidade na cidade chinesa de Guangzhou Stringer/Reuters

Ao longo da próxima década, os oito maiores bancos de desenvolvimento do mundo vão investir 175 mil milhões de dólares (138 mil milhões de euros) em sistemas de transporte sustentáveis, anunciaram nesta quinta-feira na conferência Rio+20.

Estes compromissos, voluntários, foram o resultado de uma campanha levada à Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, pela Parceria sobre Transportes Sustentável de Baixo Carbono (SLoCaT), que inclui 68 instituições internacionais. Entre os bancos envolvidos está o Banco de Desenvolvimento Asiático, o Banco Mundial e os bancos de desenvolvimento latino-americano e africano.

O objectivo é replicar à escala mundial modelos de transporte de sucesso em algumas cidades, como Guangzhou, na China. Em 2011, o sistema de transportes desta cidade foi distinguido internacionalmente. A receita para o sucesso passa por um sistema de partilha de bicicletas, uma vasta rede de ciclovias e uma rede de autocarros ligada a um sistema ferroviário.

O investimento anunciado na Rio+20 “pode salvar vidas ao limpar o ar e tornar as estradas mais seguras, mas também ao reduzir o tráfego em centenas de cidades e ao travar a contribuição do sector dos transportes para as alterações climáticas”, disse o director-executivo do programa UN-Habitat, Joan Clos, em comunicado.

“Esta iniciativa permite-nos planear a chegada de mil milhões de pessoas às cidades nos próximos 20 anos”, comentou a responsável pela SLoCaT, Cornie Huizenga, que organizou a campanha SLoCaT Rio+20, que levou ao compromisso dos oito bancos.

A poluição do ar, os acidentes de viação e os impactos nas alterações climáticas podem custar entre 5% e 10% do produto interno bruto (PIB) por ano, estima a parceria SLoCaT, que inclui organizações da ONU, bancos de desenvolvimento, empresas e organizações não governamentais.

“O velho paradigma para os transportes não funciona, foi um fracasso para o desenvolvimento. Por isso, os bancos compreendem que precisamos de transportes mais sustentáveis para evitar viagens desnecessárias através de um planeamento eficiente, para permitir às pessoas fazerem viagens mais curtas, caminhar, andar de bicicleta ou usar veículos mais limpos”, disse o responsável do Instituto internacional para os Transportes e Política do Desenvolvimento (ITDP), Michael Reploge.

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