Passos Coelho diz que governos não falharam na Rio+20

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Passos Coelho está optimista em relação ao rumo das negociações no Rio Paulo Whitaker/Reuters

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou, nesta quarta-feira, que os governos não falharam quanto aos resultados da conferência Rio+20 da ONU sobre o desenvolvimento sustentável, que termina amanhã no Rio de Janeiro.

No seu discurso no plenário da conferência, Passos Coelho disse que houve progressos nos últimos 20 anos – desde a Eco-92, também no Rio – mas que “há ainda muito a fazer”.

Mas o primeiro-ministro considerou que se deu “um passo importante” no caminho certo, com o acordo em torno de um novo guião para o desenvolvimento sustentável. “Assumimos hoje uma responsabilidade colectiva perante as gerações futuras. Falhar não é uma opção. E aqui não falhámos”, disse.

Passos Coelho salientou alguns compromissos assumidos na Rio+20, como o de se criar um fórum ministerial para o desenvolvimento sustentável, no âmbito do Conselho Económico e Social da ONU, e as decisões também tomadas para a protecção dos oceanos.

“O nosso objectivo é claro: a transição mundial para uma ‘economia verde inclusiva’, integrada numa estratégia ampla de desenvolvimento sustentável”, acrescentou, ressaltando que tal processo deve ser “suficientemente flexível para se adaptar às especificidades e ao ritmo de cada um dos nossos países”.

O optimismo de Passos Coelho em relação à cimeira contrasta com o do Presidente francês, François Hollande, que na quarta-feira reconheceu avanços na Rio+20, mas, em nome da “linguagem da verdade”, reconheceu que a conferência não tinha ido suficientemente longe. “Estes resultados ficam aquém das nossas responsabilidades e das nossas expectativas”, disse.

Várias organizações não-governamentais resolveram abandonar a Rio+20 na tarde de quinta-feira, em protesto contra o rumo da conferência, que deverá aprovar um documento já acordado na terça-feira, com 283 parágrafos mas praticamente sem novas metas concretas.

“O resultado da Rio+20 não é nada mais do que um desastre”, disse Daniel Mittler, da Greenpeace. “Os países desenvolvidos deram-nos uma nova definição de democracia: vieram sem dinheiro e sem vontade, e ainda apelaram à acção, fingindo que não são eles que estão a impedir que se avance”.

“Houve muito pouca vontade política e nenhuma visão”, avalia Lars Gustafsson, da WWF. “O caminho para uma economia verde vai ter de acontecer sem o beneplácito dos líderes mundiais presentes aqui no Rio de Janeiro”.

A série Rio+20 é financiada pelo projecto PÚBLICO Mais
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