O Presidente francês François Hollande considerou nesta quarta-feira que o acordo conseguido na conferência Rio+20 é só uma “etapa” e pediu aos seus parceiros um “sobressalto” para fazer avançar a “grande causa” do Ambiente e desenvolvimento sustentável.

Hollande felicitou os “avanços reais” conseguidos no projecto da declaração final “O futuro que queremos”, negociado pela presidência brasileira, mas considerou também que são “insuficientes” e disse ser necessário que os seus parceiros se "sobressaltem" para fazer mais progressos.

O Presidente francês deu nota positiva à calendarização dos encontros para fixar os objectivos do desenvolvimento sustentável até 2015, o “reforço” do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), o acordo sobre a “protecção dos oceanos”, o “debate sobre a economia verde” e a “importância dada à pobreza e às questões sociais”.

Mas, em nome da “linguagem da verdade”, Hollande lamentou as insuficiências da Rio+20. “Estes resultados ficam aquém das nossas responsabilidades e das nossas expectativas”, salientou. Antes de mais, o Presidente francês falou da recusa pelos 191 países presentes no Rio de Janeiro em criar uma agência da ONU especializada no Ambiente, um objectivo já defendido pela França sob a presidência de Nicolas Sarkozy. “Mais uma vez, não conseguimos criar esta agência dedicada ao Ambiente”, disse Hollande. “Não perco as esperanças de ganhar este combate e de um dia ver a sede desta organização em Nairobi”, já a sede do PNUA.

O Presidente lamentou também que “a proposta de criar financiamentos inovadores”, a começar pela taxa sobre as transacções financeiras, não tenha encontrado uma “tradução concreta”. “Se não juntarmos financiamentos às ajudas que já estão previstas, não conseguiremos atingir os objectivos”, acrescentou.

“Ninguém pode vencer sozinho contra os outros a grande batalha do Ambiente. Ou a vencemos juntos, ou a perderemos juntos.”