Greenpeace lança campanha para salvar o Árctico

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Um balão em forma de urso polar no Rio de Janeiro, no lançamento da campanha Marizilda Cruppe/Greenpeace/AFP

Salvar o Árctico da pesca industrial e da exploração petrolífera é o mote de uma das mais ambiciosas campanhas de sempre da Greenpeace, lançada nesta quinta-feira na Rio+20. Mais de cem personalidades de todo o mundo, incluindo actores, cineastas e músicos apoiam a iniciativa.

A primeira lista de pessoas que apoiam a campanha tem cem nomes, entre eles os dos actores Hugh Grant, Jude Law, Emily Blunt, Javier Bardem, Penelope Cruz, Robert Redford, Jeremy Irons, dos empresários Richard Branson e David de Rothschild, dos realizadores Pedro Almodôvar e Stephen Frears, os músicos Paul McCartney, Annie Lennox, Bryan Adams e a estilista Vivienne Westwood.

O objectivo da Greenpeace é chegar a um milhão de pessoas. A campanha foi lançada hoje porque 21 de Junho é o dia mais longo do ano no Árctico, com 24 horas de Sol.

“Actualmente, o enorme espaço em redor dos pólos pertence a todos nós, porque a lei internacional o define como alto mar”, explica a Greenpeace. Mas como a temperatura está a subir e o gelo a derreter, os países com costa para o Árctico avançam com as suas reivindicações territoriais sobre o fundo do mar, “para abrir a porta aos gigantes do petróleo”.

“As alterações climáticas estão a causar o degelo, a destruir o habitat de ursos polares e a tornar acessíveis reservas de petróleo. Em vez de ver nisto um sinal de alarme para a Humanidade, as nações do Árctico estão a preparar-se para apanhar o que resta e dividi-lo entre si”, escreve a organização, em comunicado.

Segundo Kumi Naidoo, director-geral da Greenpeace Internacional, “o Árctico é alvo de ataques e precisa que façamos alguma coisa para o proteger”. “Uma proibição das explorações offshore e à pesca não sustentável seria uma grande vitória”, acrescentou.

Rodion Sulyandziga, vice-presidente da Raipon (associação dos povos indígenas do Norte), salientou que a exploração petrolífera no Árctico poderá “pôr em perigo a existência e a sobrevivência dos povos indígenas”.

Segundo a Greenpeace, a companhia Shell prepara-se para realizar nas próximas semanas perfurações exploratórias em dois locais no oceano, perto do Alasca. O gigante russo do petróleo, Gazprom, também deverá fazer o mesmo este ano.

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