Listas de Seguro ganham maioria das eleições federativas do PS

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Seguro: a captação de investimento estrangeiro é “fundamental” Daniel Rocha

José Luís Carneiro é o novo presidente do PS-Porto, enquanto em Aveiro Pedro Nuno Santos voltou a ganhar a distrital.

As eleições para as 19 federações distritais do PS consolidam a liderança de António José Seguro como secretário-geral do partido. Desta vez, Seguro ganhou o Porto, a maior federação do partido, mas perdeu Aveiro, uma distrital que vai continuar nas mãos do deputado Pedro Nuno Santos, que se demitiu de vice-presidente da bancada parlamentar do PS por divergências políticas com a liderança do partido. Em Lisboa, houve apenas uma lista, encabeçada novamente pelo deputado Marcos Perestrello, eleito para mais um mandato à frente da FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa).

Para a direcção do partido, a vitória do Porto era a mais esperada. Há um ano, quando se candidatou à liderança do PS, a única derrota de Seguro aconteceu precisamente no Porto, distrito pelo qual Francisco Assis, também ele candidato à presidência do partido, tinha encabeçado a lista de deputados à Assembleia da República.

Apoiante de Seguro, José Luís Carneiro, presidente da Câmara de Baião, venceu agora a distrital portuense, derrotando Guilherme Pinto, por uma diferença de cerca de 2000 votos, segundo a sua candidatura. Carneiro ganhou em 14 das 18 concelhias, tendo perdido no Porto, Santo Tirso, Gaia e Paredes. Neste combate, Assis, que foi líder do grupo parlamentar no tempo de José Sócrates, esteve ao lado do presidente da Câmara de Matosinhos, que contou também com o apoio do presidente da concelhia do Porto Manuel Pizarro.

"Esta vitória expressiva responsabiliza-nos a todos no sentido de defendermos intransigentemente o distrito do Porto e de continuarmos a afirmar as causas fundamentais da região norte", declarou José Luís Carneiro pouco depois de serem conhecidos os primeiros resultados. Afirmando que o PS/Porto será "intransigente na luta contra a pobreza, na defesa da escola pública e do Serviço Nacional de Saúde", Carneiro apelou ao Governo para que "isente do pagamento de taxas moderadoras os cuidados de saúde primários voltados para a prevenção e que avance com um plano de emprego para a Área Metropolitana do Porto".

O presidente do PS-Porto apela ainda ao Governo para que "financie a agenda para a empregabilidade no Vale do Sousa e Baixo Tâmega".

Em Aveiro, Pedro Nuno Santos conseguiu uma saborosa vitória (65% dos votos) contra a sua adversária, a ex-deputada Helena Terra, apoiante de Seguro. Pedro Nuno Santos já definiu como prioridade do seu mandato as eleições autárquicas. "Vamos querer aumentar o número de câmaras, manter as que temos e conquistar mais, mas para nós são prioritárias a capital do distrito [Aveiro] e o maior concelho [Santa Maria da Feira] ", declarou à Lusa, pouco depois de terem sido conhecidos os resultados.

Já em Setúbal, Madalena Alves Pereira (até agora presidente da concelhia do Barreiro) e próxima do secretário-geral, venceu a distrital por 65% dos votos contra o ex-secretário de Estado e actual deputado Eduardo Cabrita, que aproveitou a campanha para denunciar alegadas inscrições em massa de militantes em várias concelhias. "Assumo todo o património do PS, mas este resultado representa, de alguma forma, uma ruptura relativamente a uma forma de fazer política que vinha do passado", afirmou a líder do PS de Setúbal, que venceu em oito das 13 concelhias, com um total de 1501 votos, contra 836 de Cabrita.

A distrital de Leiria vai continuar a ser presidida por João Paulo Pedrosa, um "segurista" que derrotou Fernando Lopes, presidente da Câmara de Castanheira de Pêra. Em Beja (Federação do Baixo Alentejo), havia duas listas em votação: Pedro do Carmo, que venceu por 53% dos votos e Hélder Guerreiro, mas ambos os candidatos eram apoiantes do líder do partido. Curiosamente também em Coimbra o confronto foi entre dois apoiantes do secretário-geral: o deputado Mário Ruivo, que se recandidatou, e Pedro Coimbra, presidente da Assembleia Municipal de Penacova.

Na Guarda, as eleições que vão opor José Albano Marques e António Fonseca Ferreira, líder da tendência Esquerda Socialista, foram adiadas devido a um pedido de impugnação, não estando ainda marcada a nova data.

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