Pasta medicinal Couto faz 80 anos e pode ser vendida até 2017

Dez por cento da produção destina-se à exportação Marca, que faz hoje 80 anos, tem dois pretendentes

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A marca da pasta dentífrica Couto, criada em 1932 para lavar os dentes e protegê-los dos malefícios da sífilis, está a celebrar 80 anos e vai ser vendida até 2017, disse no dia do aniversário da marca o dono daquele dentífrico português.

Alberto Gomes da Silva, 74 anos, o principal acionista da empresa Couto, contou, em entrevista à Lusa, que tem actualmente “dois pretendentes” — um da área da cosmética e outro do sector farmacêutico — que querem comprar a Pasta Dentífrica Couto e aumentar o volume de negócios.

“Dois pretendentes com quem falei são pessoas que rigorosamente querem aumentar mais as vendas da Pasta Couto. Estou convencido que vai durar muito mais anos para além de mim”, admitiu o sobrinho do fundador da Pasta Couto, Alberto Ferreira de Couto.

Das 500 mil bisnagas de pasta “Couto” produzidas anualmente a partir de uma antiga farmácia de Vila Nova de Gaia, no Porto, há 10 por cento dessa produção que segue para exportação. Itália e EUA são os principais destinos estrangeiros do dentífrico. Em Portugal, a tradicional pasta de dentes está à venda nas farmácias, mas também em drogarias, supermercados, lojas exclusivas de produtos nacionais e até em lojas de chineses, contou à Lusa Alberto Gomes da Silva, confiante que a “qualidade” do dentífrico que o mantém há 80 anos no mercado.

O produto, que nasceu para lavar os dentes, foi também importante para combater os malefícios da sífilis, uma doença sexualmente transmissível, que “maltratava os dentes e as gengivas”, explica o dono da farmácia onde é criada ainda hoje a pasta de dentes.

“Lavava os dentes com pasta Couto e ficava o problema resolvido”, conta, referindo que quem sugeriu a adição do cloreto de potássio à pasta de dentes foi um médico dentista, amigo do gerente fundador da empresa. A “Couto” é elaborada com 15 ingredientes, como água, glicerina, sódio, cálcio, o eugenol (desinfetante com qualidades bactericidas), hortelã-pimenta, mentol ou cloreto de potássio, e pode ser utilizada por todas as pessoas, excepto pelas crianças, observou Alberto Gomes da Silva.

Ao longo de 80 anos, a marca nacional “Couto - O dentífrico que evita afeções da boca”, teve um momento “menos bom” quando foi obrigado a alterar, por causa de regras da União Europeia, o nome “Pasta Medicinal” por “Pasta Dentífrica”. Um dia, recorda Alberto Gomes da Silva, chegaram os “senhores do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)” e mandaram parar a produção. “Tivemos de parar o fabrico da pasta durante seis meses”, recorda, com tristeza.

A pasta Couto existe na versão bisnaga de 60 gramas, bisnaga de 120 gramas (só vendida em Itália) e 25 gramas (amostras gratuitas). Há hotéis de luxo, como da Quinta do Lago, no Algarve, ou o Hotel da Lapa, em Lisboa, que oferecem aos seus clientes pastas de dentes “Couto”, ajudando a divulgar a marca internacionalmente e a aumentar as vendas nacionais.

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