Ivan não tem pombal mas criou o único jogo de columbofilia do mundo

Os jogadores de podem baptizar, treinar, alimentar e acasalar pombos numa comunidade virtual com mais de 4.000 utilizadores

Fernando Veludo/nFactos
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Ivan Silva, programador informático de Santa Maria da Feira, criou um mercado de pombos na Internet. Os jogadores podem baptizar, treinar, alimentar e acasalar pombos numa comunidade virtual com mais de 4.000 utilizadores.

Às quartas-feiras e domingos, há competições no Pigeonsmanager, o único jogo de columbofilia do mundo. Antes disso, há muito a fazer: escolher a melhor alimentação, tratar da saúde, escolher a intensidade dos treinos e acasalar os pombos se for caso disso.

Ivan Silva, 32 anos, de Santa Maria da Feira, programador informático e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, criou um jogo traduzido em nove línguas. Os columbófilos virtuais podem competir online, acompanhar a chegada dos pombos em tempo real e trocar opiniões num chat. Tudo à distância de um clique. Único no mundo com neurónios portugueses.

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Os columbófilos virtuais podem competir online DR

Em 2003, três anos depois de criar um portal dedicado à columbofilia, a ideia de construir um jogo para a comunidade dedicada aos pombos andava a matutar na cabeça. “Comecei a ver que havia uma interessante comunidade de columbofilia na Internet”, recorda. Ivan andava entusiasmado com jogos de tácticas e estratégias. O pai, columbófilo, com pombal e um negócio do sector, deu-lhe dicas importantes. Mas o projecto ficou a marinar oito anos.

Nessa altura, Ivan entrava no curso de Ciência dos Computadores, na universidade onde agora faz investigação, e as oportunidades de trabalho puseram a licenciatura em banho-maria. O tempo passou, mas a ideia nunca morreu. O ano de 2011 foi decisivo: acabou o curso e, em quatro meses, criou o jogo virtual de columbofilia. Em Agosto, estava tudo pronto.

A experiência do portal deu-lhe bastante confiança. Ivan sabia que o jogo iria ter sucesso. “Sinceramente estava à espera. Sabia que seria um jogo extraordinário pelo facto de não existir nada igual”, confessa ao P3.

Vamos aos números: mais de 4.000 jogadores registados, 3,5 milhões de visualizações por mês, 200 utilizadores online nos dias de competição. Portugal está à frente com 45 por cento dos utilizadores. A Alemanha surge a seguir com 12 por cento e o Reino Unido com 11. Aqui ao lado, Espanha tem oito por cento de jogadores, Roménia e Argentina seis.

Ivan quer investir mais tempo no jogo, concentrar-se na divulgação, melhorar o aspecto gráfico. “Tem tanto para evoluir. Quando este jogo conseguir ter mais participantes estrangeiros do que portugueses, dou-me por satisfeito”, revela. E não esconde que quer colocar os chineses a jogar.

O programador informático não deixou nada ao acaso. Os ingredientes conjugaram-se: conselhos do pai, ajuda da mulher professora de Matemática, o à-vontade nos códigos e fórmulas de programação. Tudo junto e o jogo acabaria por ver a luz do dia. E está lá tudo, todos os pormenores que dizem respeito ao mundo columbófilo.

Login feito, o jogador tem direito a um pombal com 10 pombos com características aleatórias de velocidade, persistência, resistência, entre outras. Além disso, recebe 1.500 unidades monetárias para gerir como quiser. É um mercado de pombos que já movimenta milhões de euros virtuais. E as taças, medalhas e anilhas ficam para a posteridade. “Todos os prémios que o jogador ganha ficam registados no seu currículo”. Tudo à borla.

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