Trabalhadores de limpeza dos hospitais em protesto à frente do Ministério da Saúde

Foto
Trabalhadores preocupados com cortes nos subsídios Foto: Nelson Garrido

Uma centena de trabalhadores de limpezas dos hospitais públicos de Lisboa, Coimbra e Alentejo estão concentrados, esta sexta-feira, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para denunciar o corte no subsídio de refeição e o “silêncio” do ministério.

Os cerca de 750 trabalhadores dos serviços de limpeza dos hospitais de Portalegre, do Litoral Alentejano, do Júlio de Matos, em Lisboa, e dos Hospitais Universitários de Coimbra (HUC) alegam que a empresa pública que presta o serviço de limpeza nos hospitais (SUCH) decidiu “unilateralmente reduzir dez euros no subsídio de refeição" em Outubro passado.

“Estamos a falar de pessoas que ganham o ordenado mínimo nacional, ou seja, 485 euros. Por isso, dez euros ao fim do mês faz diferença”, diz Vivalda Silva, coordenadora do sector de limpeza do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD).

Segundo a sindicalista, antes os trabalhadores recebiam 2,39 euros por dia e, desde Outubro, recebem apenas 1,90 euros.

Quando em Novembro do ano passado a SUCH decidiu reduzir os subsídios de refeição, o sindicato pediu uma audiência ao ministro da Saúde, “que nunca respondeu”.

Entretanto, o sindicato decidiu ainda fazer uma participação à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), “que também nunca deu qualquer resposta”, acrescenta a sindicalista.

Perante o silêncio dos responsáveis, o sindicato marcou para hoje um protesto que começou de manhã frente ao Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, e termina no Ministério da Saúde, onde estão concentrados desde as 14h00.

Vivalda Silva revela que não pediram para serem recebidos no ministério porque o objectivo da acção de luta é “tornar público o que se está a passar com a conivência do Ministério da Saúde, que é quem nomeia o conselho de administração do SUCH”.

“O SUCH justificou a redução do subsídio, explicando que era necessário para não haver diminuição de postos de trabalho. A empresa refugia-se na crise, dizendo que está a passar dificuldades, mas isto é uma bola de neve que começa nos cortes do Orçamento do Estado, vem por aí abaixo e no final quem acaba mesmo por ser penalizado são os trabalhadores", lamenta.

Sugerir correcção
Comentar