Música que inspirou os protestos em Nova Iorque já tem um álbum

Chama-se "Occupy This Album" e reúne músicas que inspiraram os protestos americanos. Com as receitas das vendas vai apoiar o movimento "Occupy Wall Street"

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Era mais um dia de protestos do movimento "Occupy Wall Street", nas ruas de Nova Iorque. A multidão que se juntava à volta de Matt Pless, um roqueiro-punk de Baltimore, chamou a atenção de Jason Samel, produtor de música. Aproximou-se para lhe pedir um cartão profissional — e recebeu um pedaço de papel com o nome e o contacto.

Foi aí que a ideia se desenhou na cabeça de Jason Samel — “eu pensei que adoraria fazer um álbum que juntasse pessoas que se destacam assim”, disse em entrevista à Forbes — e que começou a nascer o “Occupy This Album”, projecto musical independente que reúne músicas que inspiraram os protestantes.

São quatro discos, com 78 músicas, algumas delas inéditas, e uma versão digital com 99 faixas mais uma, em alusão ao "slogan" que consagrou o movimento: “We are the 99%.”

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Capa do Occupy this Album D

Consagrados e desconhecidos

Entre os participantes há consagrados, como o documentarista Michael Moore (com um cover da canção “The Times They Are A Changing”, de Bob Dylan), Yoko Ono, Tom Morello, Thievery Corporation, Mogwai, Ladytron, Patti Smith e Third Eye Blind. E também nomes menos mediáticos, como Matt Pless (não podia deixar de ser!), Danger Field, Ladytron, Antiflag, Our Lady Peace e Cosmonauts.

Além de ser um projecto social, de apoio a um movimento que se estendeu a outras cidades do mundo, o “Occupy This Album” acaba por ser também uma crítica à própria indústria musical americana, onde não há espaço para novos artistas. É por isso que bandas novas que quisessem divulgar o seu trabalho também foram bem recebidas: "Vamos continuar a apoiar projectos musicais que inspiram os ouvintes a levantarem-se e a falar por aquilo em que acreditam", garantem os promotores desta ideia no site oficial.

Os quatro álbuns têm o preço de 9,99 dólares (cerca de 7,5 euros) e as receitas das vendas vão direitinhas para o movimento “Ocuppy Wall Street”.

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