Movimento Sem Emprego quer “todos” na rua no dia 30 de junho

Uma nova manifestação pelo direito ao trabalho foi agendada para 30 de Junho em Lisboa e Porto

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João Belard/Flickr

O Movimento Sem Emprego anunciou este domingo a realização de uma manifestação pelo direito ao trabalho a realizar em Lisboa e Porto no dia 30 de Junho.

Ana Rajado, 34 anos e geógrafa desempregada, disse num plenário na Praça do Rossio, em Lisboa, organizado domingo à tarde pela Plataforma 15 de Outubro, que “é tempo de agir” e de mobilizar a sociedade contra as políticas de austeridade.

“Quem já não tem nada a perder, tem tudo a ganhar em lutar. Por isso, estamos a fazer o apelo para que contribuam para espalhar a palavra. Até dia 30 queremos cobrir as cidades de cartazes, entupir as redes sociais e meter um panfleto na mão de cada desempregado e precário. De facto, a campanha começa hoje em força”, disse Paula Rajado ao plenário constituído por algumas dezenas de pessoas, sobretudo jovens desempregados.

“Os números reais (do desemprego) batem nos 22,5% (1.280.000 pessoas) e, como no resto da Europa, afectam com especial gravidade os jovens, que já foram atirados pelos políticos para o caixote do lixo da ‘geração perdida’ que o melhor que tem a fazer é desamparar-lhes a loja e ir para o Brasil ou Angola”, disse ainda a activista do Movimento Sem Emprego aos participantes do plenário.

“Alguns de vocês já ouviram falar do movimento: existimos para unir os esforços daquela faixa cada vez maior da população — os desempregados, os sub-desempregados e os precários — contra o retrocesso civilizacional do neoliberalismo, em defesa dos direitos dos trabalhadores e de políticas de pleno emprego”, discursou.

“Somos também o movimento que anda sempre a fazer manifestações, porque sempre que dois membros se reúnem ‘já fazem uma manifestação’ segundo a PSP” contou Ana Rajado referindo-se ao incidente ocorrido no dia 06 de Março frente ao centro de emprego do Conde Redondo, em Lisboa. Nessa ocasião, quatro pessoas do movimento que distribuíam panfletos foram identificadas pela polícia tendo uma sido constituída arguida por crime de desobediência qualificada por convocar uma manifestação não autorizada.

Para a manifestação do dia 30, movimento mostra-se optimista e pretende criar um dinamismo unitário e, por isso, querem contactar organizações “que se mostram contra as políticas de austeridade do governo”, incluindo “sindicatos, movimentos sociais e a Associação 25 de Abril”.

O movimento, que utiliza as redes sociais para a mobilização e partilha de informação, vai ainda organizar piquetes de colagem de cartazes e de distribuição de panfletos em Lisboa e no Porto. Prevê a realização de plenários em outras cidades do país porque “a mobilidade dos desempregados é limitada”.

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