Responsável do PP espanhol diz que resgate “não seria o apocalipse”

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As taxas de juro da dívida espanhola dispararam para níveis próximos dos 7% Foto: Philippe Huguen/AFP

A metáfora com que o Presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, desdramatizou a situação económica, dizendo que o país não está à beira do “precipício”, deu lugar a outra leitura dentro do próprio partido da maioria. Para o porta-voz dos Assuntos Externos do Partido Popular (PP), José María Beneyto, um pedido de resgate “não seria o apocalipse”.

Numa entrevista à agência de notícias Efe, que a imprensa espanhola cita, o porta-voz conservador considera que o cenário de um eventual pedido de intervenção internacional “não pode ser excluído”. José María Beneyto reconhece que a imagem do país sairia prejudicada, mas desdramatiza esse cenário, afirmando que tal não seria o fim.

O político refere os casos de Portugal e Irlanda para sustentar que o facto de estes dois países estarem sob intervenção externa da Comissão Europeu, do BCE e do FMI não significa que tenham colapsado. “Portugal está a viver com ele [o regate] de uma forma relativamente pacífica e a Irlanda viveu com ele e seguiu em frente”.

Esse cenário hipotético implicaria que o Governo tomasse medidas difíceis, como baixar os salários dos funcionários públicos e as pensões, ou a tomar medidas para as comunidades autónomas.

A difícil situação espanhola levanta dúvidas aos analistas sobre a capacidade de resistir a um pedido de resgate. E a agitação dos mercados aumentou ainda mais na última semana com a subida das taxas de juro da dívida para níveis próximos dos 7%.

O jornal norte-americano Wall Street Journal noticiou que o FMI estaria a preparar um plano de prevenção casoa Espanha precisasse de suporte para resgatar o Bankia, o banco que pediu intervenção do Estado e que deverá receber uma injecção de 19 mil milhões de euros.

Mas o FMI fez saber que não recebeu qualquer pedido de apoio financeiro e que nem o fundo estava a elaborar um plano de assistência.

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