Protesto contra despejo de casa ocupada termina sem incidentes

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Um grupo de jovens ocupou em Abril o 94 da Rua São Lázaro, uma prédio municipal Daniel Rocha

A manifestação contra o despejo de uma casa ocupada na Rua de São Lázaro, em Lisboa, terminou sem incidentes, depois de revistadas e identificadas as pessoas cercadas pela polícia de choque em frente à Igreja dos Anjos.

Alguns elementos do Corpo de Intervenção da PSP começaram a revistar os manifestantes, um a um, mandando-os encostar à porta da igreja, depois de despejarem os bolsos, passando-os em seguida para o lado de fora do perímetro.

Quando já estavam poucos manifestantes dentro do perímetro estabelecido pela PSP, os que se encontravam do lado de fora recomeçaram a tocar tambores, a dançar e a bater palmas.

Os cerca de 50 elementos da polícia de choque mantiveram-se no local até os manifestantes dispersarem em direcção ao Rossio.

O protesto começou às 19h00, no Martim Moniz, com cerca de 200 pessoas, que subiram a Rua da Palma e depois a Avenida Almirante Reis, até à Igreja dos Anjos.

No caminho, fizeram uma paragem na Travessa do Cidadão João Gonçalves, para uma vaia ruidosa em frente às instalações da Câmara Municipal de Lisboa, que hoje de manhã ordenou o despejo da casa da Rua de São Lázaro.

Marcha de solidariedade no Porto

No Porto, meia centena de pessoas manifestou-se esta tarde frente à Câmara Municipal em solidariedade para com o despejo de hoje dos ‘ocupas’ da Rua de São Lázaro, em Lisboa.

“Esta é uma marcha de solidariedade para com as vítimas do despejo que aconteceu hoje de manhã em Lisboa”, explicou Pedro Lima, um dos participantes da manifestação que partiu da escola da Fontinha, local do qual o movimento Es.Col.A foi despejado pela polícia a 19 de Abril.

À semelhança do sucedido então no Porto, agentes da Polícia Municipal de Lisboa retiraram hoje de manhã do n.º 94 da Rua de São Lázaro os ‘ocupas’ que estavam no interior do prédio.

A marcha no Porto pretendeu ser uma “demonstração de solidariedade para com as pessoas que escolheram processos semelhantes” ao da Es.ColA. “na gestão de espaços que os poderes públicos abandonaram”, referiu Pedro Lima. “Em segundo lugar, solidariedade com pessoas que foram solidárias connosco também na altura do despejo da Es.Col.A.”

Pretendeu por fim ser uma “chamada de atenção para a quantidade de prédios e edifícios abandonados nestas duas cidades (Porto e Lisboa) e uma grande percentagem deles graças à incúria dos poderes municipais, tanto cá como lá, que aparentemente preferem o abandono ao usufruto por parte das populações”.

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