Primeiro-ministro italiano quer suspender futebol

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“Não estou a fazer uma proposta governamental, mas é um desejo”, diz Monti Foto: Andreas Solaro/AFP

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, considerou nesta terça-feira que a suspensão do futebol em Itália “por dois ou três anos” seria positiva, depois das 19 detenções de segunda-feira no âmbito do calcioscommesse, um processo judicial em que está em causa a viciação de resultados desportivos.

“Será que uma suspensão total deste jogo por dois ou três anos não daria maturidade aos nossos cidadãos?”, questionou o primeiro-ministro italiano, após uma reunião com o seu homólogo polaco, Donald Tusk.

“Não estou a fazer uma proposta governamental, mas é um desejo que tenho profundamente, como sou um apaixonado por futebol desde sempre”, afirmou também Mario Monti, citado pela agência de notícias AFP.

O presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete, assume outra posição sobre o assunto: “Parar o campeonato significaria matar o futebol, punir aqueles que o praticam honestamente, não é a solução.”

A investigação adensa-se e figuras relevantes do futebol italiano continuam a cair na teia do calcioscommesse – que não é o primeiro caso do género no país. Nesta segunda-feira, as ramificações do escândalo chegaram ao centro de estágio de Coverciano, em Florença, onde a selecção italiana prepara a participação no Euro 2012: a polícia fez buscas no quarto de Domenico Criscito e interrogaram o defesa que, devido ao envolvimento no processo, foi excluído pelo seleccionador Cesare Prandelli do Campeonato da Europa.

O processo está longe de terminar e a imprensa italiana avançou que as suspeitas de viciação de resultados alastram a jogos que envolveram, entre outras equipas, Nápoles, Sampdoria, Brescia, Bari, Lecce, Palermo, Lazio e Génova. Os investigadores também estão a averiguar o possível envolvimento do treinador da Juventus, Antonio Conte.

O último episódio no caso foi a operação denominada Last Bet que a polícia italiana colocou em prática e que resultou na detenção de 19 pessoas, entre as quais o capitão da Lazio, Stefano Mauri, e mais dez futebolistas, na segunda-feira. Os detidos são suspeitos de associação criminosa e fraude desportiva e farão parte de uma rede internacional que operava a partir de Singapura.

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