Administradora do Sol interpõe acção cível contra Impresa

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A capa da Visão que implica Ana Bruno na maior rede de fraude fiscal e de branqueamento de capitais detectada em Portugal DR

A administradora do jornal Sol Ana Oliveira Bruno interpôs nesta terça-feira uma acção cível contra o grupo Impresa, liderado por Francisco Pinto Balsemão, disse à agência Lusa fonte próxima da responsável.

“Ana Bruno interpôs uma acção cível ao grupo Impresa”, disse a fonte, sem precisar mais detalhes.

Na edição da semana passada, a revista Visão, do grupo Impresa, noticiou que Ana Oliveira Bruno é sócia de Michel Canals, o alegado cabecilha da maior rede de fraude fiscal e de branqueamento de capitais detectada em Portugal. Canals está em prisão preventiva desde 19 de Maio, no âmbito deste processo.

De acordo com a revista, “investigadores detectaram que [Ana Bruno], advogada e administradora da Newshold [proprietária do jornal Sol], angariava clientes angolanos para Michel Canals” e que o “Ministério Público terá encontrado rasto de transferências de dinheiro ‘lavado’ para a conta de um familiar de Ana Bruno”.

A 19 de Maio, três dos quatro detidos por alegados crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais ficaram em prisão preventiva, por decisão do juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

Michel Canals, o alegado cabecilha da rede, Nicola Figueiredo e Francisco Canas ficaram em prisão preventiva, enquanto a José Pinto foi estipulada uma caução de 200 mil euros e determinada a proibição de se ausentar do país até a pagar e de contactar com os outros suspeitos.

De acordo com notícias divulgadas nesse dia pelo semanário Sol, as quatro pessoas, detidas em 18 de Maio pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e pela Inspecção Tributária, faziam parte de uma rede que operava a partir da Suíça, aproveitava o BPN de Cabo Verde e era usada “por empresários, advogados e políticos, como Duarte Lima”.

Entre os detidos, ainda segundo o jornal, estão três sócios de uma empresa suíça – a Akoya Asset Management –, que oficialmente geriam e faziam aplicações de fortunas de clientes portugueses, mas na verdade angariavam clientes para bancos da Suíça e “actuavam como testas de ferro, criando empresas offshore nas quais era colocado o capital, em manobras de fuga ao fisco e branqueamento de capitais”.

A fraude está calculada em mil milhões de euros, de acordo com o jornal.

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