Musikki, portugueses relacionam internautas através da música

Nasceu em Aveiro e anda nas bocas do mundo. O motor de busca musical tem uma aplicação no Facebook que permite saber o que os amigos estão a ouvir

João Afonso, um dos fundadores do Musikki DR
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João Afonso, um dos fundadores do Musikki DR
Musikki é uma aplicação já premiada Michael D. Dunn/Flickr
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Musikki é uma aplicação já premiada Michael D. Dunn/Flickr

São muitos os sites e aplicações dedicados aos amantes da música. O Musikki é português e é um deles. O motor de busca musical tem uma aplicação no Facebook que permite saber o que os amigos estão a ouvir.

Musikki é um nome português que alia a música à tecnologia e que pretende ser um produto global. A empresa de João Afonso, Juliana Teixeira e Pedro Almeida nasceu em Aveiro no início de 2012, mas a equipa já pensava no projecto antes. Criaram um motor de busca musical, a que juntaram, posteriormente, uma aplicação no Facebook e, assim, arrecadaram prémios em várias competições.

"A tecnologia era o meu dia-a-dia, mas sempre gostei muito de música", refere João Afonso, mestre em Comunicação Multimédia pela Universidade de Aveiro, mas que já trabalhou em rádios e teve uma loja de música independente.

"A certa altura, achei que poderia ser importante não nos basearmos só na informação que uma editora ou banda disponibilizam, mas aproveitarmos o que todos partilham", esclarece. E foi deste pensamento que surgiu, em Novembro de 2010, o primeiro protótipo online, a propósito do concurso ZON Multimédia, com vista a angariar investimento para "trabalhar a sério neste conceito".

A primeira competição não correu bem, mas, "de boca em boca, o projecto começou a ser conhecido, mais lá fora do que cá". "Então, decidimos procurar outros concursos", conta João Afonso.

A competir com os melhores

Encontraram competições que lhes reconheceram mérito como o ISCTE-MIT Venture Competition e o Movimento SIM da Samsung. Venceram a primeira e alcançaram o 2.º lugar na última.

Em Setembro de 2011, venceram a primeira meia-final e ganharam 100 mil euros para investir no desenvolvimento da empresa. Este desenvolvimento traduziu-se, sobretudo, na aplicação Musikki Social Player para o Facebook, que lhes garantiu a vitória na final e a oportunidade de investir mais 100 mil euros no negócio de música na web e passar duas semanas no MIT, em Boston, a aprender mais sobre tecnologia.

"Tinha um amigo que não percebia por que tinha de ouvir cada vídeo separado no Facebook e não podia selecionar os amigos que desejava ouvir e carregar em 'play'", conta João. A Musikki decidiu explorar a ideia e incluiu algumas funcionalidades, como a possibilidade de adicionar páginas de bandas e rádios às preferências dos outros utilizadores e de, 80 a 90% das vezes, identificar a música que está a tocar.

"Damos a mesma informação do motor de pesquisa dentro do Facebook. Quando um amigo partilha uma música que nós não conhecemos, basta olhar para baixo e ver o disco da banda, os próximos concertos ou saber onde comprar", esclarece.

Portugal como ponto de partida

A equipa, que já conta com nove elementos, está sediada em Aveiro e, embora vá abrir um escritório em Boston para estar mais perto de potenciais investidores, não pretende abrir mão da cidade portuguesa. "Conhecemos bem a região, estamos perto de casa e da praia. E se precisarmos de ir a reunião ao Porto ou a Lisboa também é perto", afirma João Afonso. "Queremos manter a parte de desenvolvimento em Portugal, se possível em Aveiro", reforça.

No futuro, a Musikki deseja continuar a crescer como empresa e tornar-se um produto global. "Somos humildes, mas achamos que temos qualidade naquilo que fazemos e que podemos estar ao nível das grandes empresas mundiais", afirma João Afonso. "Pode correr mal, mas tentar não faz mal nenhum", sublinha.

Dentro de duas semanas, vai ser lançada uma versão mais robusta e mais rápida do que a anterior e, aos poucos, será possível pesquisar por banda, álbum, música e concerto ou consultar um "music journal". A imagem também deverá mudar. "Não queremos criar uma coisa complicada que afaste os utilizadores. Preferimos ir introduzindo as aplicações aos poucos, até para criar novidade", remata.

Outros serviços à distância de um clique

Na Internet, existem bastantes exemplos de sites e funcionalidades em torno da música. O Shazam é um serviço de identificação musical, que, através de um excerto musical, encontra a canção correspondente e disponibiliza ao utilizador informações sobre o artista e o álbum. Detecta canções de rádio, televisão, cinema e música ambiente, mas apenas pré-gravadas.

O Soundhound é semelhante, mas fornece, igualmente, ao utilizador a letra da canção detectada. O Gracenote insere-se nesta categoria e possui a maior base de dados online com mais de 28 milhões de registos. Já o Midomi é um pouco diferente. A aplicação consegue detectar a música através dos 10 segundos que o utilizador canta, trauteia ou assobia para o microfone do computador ou telemóvel. Quanto ao Musipedia, trata-se de uma enciclopédia de peças musicais que podem ser pesquisadas de diversas formas: através de um microfone ou tocando algumas notas num piano, imitando o ritmo da melodia no rato do computador ou posicionando as notas numa pauta virtual.

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