Seguro acusou Governo de subserviência a Angela Merkel

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O secretário-geral do PS exigiu “solidariedade” no funcionamento da UE Daniel Rocha (arquivo)

O secretário-geral do PS criticou hoje a “subserviência” do Governo português face à chanceler germânica, Angela Merkel, e defendeu que a Alemanha beneficia da “desgraça” dos países periféricos por não haver mutualização da dívida.

António José Seguro falava na reunião da Comissão Nacional do PS, na Nazaré, num discurso em que defendeu a possibilidade de haver um programa comunitário de investimento na ordem dos 100 mil milhões de euros, 40 mil milhões por aplicação de metade do valor dos fundos desaproveitados e 60 mil milhões com a aplicação da nova taxa sobre transacções financeiras.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS fez uma defesa cerrada sobre a necessidade “vital” de haver um programa europeu de investimento em projectos e da necessidade de serem criadas euro obrigações.

“Se mutualizarmos a dívida, isso significa financiamento para o Estado a preços mais baixos, significa menos défice e menos sacrifícios para as empresas e famílias. Não faz sentido sermos membros de uma União Económica e Monetária e haver países como a Alemanha que se financiam nos mercados a menos de um por cento, como aconteceu esta semana, e outros países como Portugal financiarem-se a cinco, seis, sete, oito ou nove por cento”, disse.

Neste contexto, Seguro criticou este desequilíbrio entre Estados-membros da União Europeia e tirou uma conclusão.

“Os países como a Alemanha que se financiam a menos de um por cento estão a beneficiar daquilo que é a desgraça dos outros países”, declarou, embora ressalvando a seguir não desejar que “nenhum outro povo venha resolver os problemas” de Portugal.

Porém, o secretário-geral do PS exigiu “solidariedade” no funcionamento da União Económica e Monetária e criticou a actuação europeia do Governo.

“Este Governo, em relação à Europa, só tem um comportamento: Sim senhora Merkel, faça favor de dizer senhora Merkel. Não é esse o comportamento do PS”, acentuou o líder socialista, contrapondo que o seu partido “não recebe ordens”.

“Apesar de estarmos na oposição temos iniciativa, temos propostas e lutamos pelas nossas ideias”, declarou, num discurso em que se congratulou com a perspectiva do PS estar agora cada vez menos sozinho em defesa da existência de um a adenda sobre crescimento e emprego ao Tratado Orçamental da União Europeia.

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