Eurolândia prepara novo salto na integração

"Respeito a opinião" da chanceler alemã, afirmou o Presidente francês
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"Respeito a opinião" da chanceler alemã, afirmou o Presidente francês Foto: François Lenoir/Reuters
Angela Merkel e François Hollande
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Angela Merkel e François Hollande Foto: François Lenoir/Reuters
O chanceler austríaco, Werner Faymann, e Pedro Passos Coelho
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O chanceler austríaco, Werner Faymann, e Pedro Passos Coelho Foto: François Lenoir/Reuters
A fotografia de grupo da cimeira informal em Bruxelas
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A fotografia de grupo da cimeira informal em Bruxelas Foto: Pascal Rossignol/Reuters
O primeiro-ministro interino da Grécia, Panagiotis Pikrammenos, e Durão Barroso
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O primeiro-ministro interino da Grécia, Panagiotis Pikrammenos, e Durão Barroso Foto: François Lenoir/Reuters
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente da Comissão Europeia
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente da Comissão Europeia Foto: Lionel Bonaventure/AFP
Angela Merkel falou à imprensa após a cimeira
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Angela Merkel falou à imprensa após a cimeira Foto: Ezequiel Scagnetti/Reuters

Os países da zona euro estão a ponderar aprofundar de forma significativa a sua união económica e monetária ao assumir um plano que poderá incluir um sistema europeu de garantias bancárias, um regime europeu de supervisão do sistema bancário e a emissão comum, a prazo, de dívida pública através de eurobonds (obrigações europeias). O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, foi mandatado pelos líderes para desenvolver estas e outras pistas e apresentar dentro de pouco mais de um mês um relatório com as opções possíveis e um método de trabalho para as desenvolver.

Este temas foram acertados pelos líderes da União Europeia (UE) durante o jantar informal que os reuniu na quarta-feira à noite para debater "sem tabus" pistas de estímulo à economia e novas possibilidades de aprofundamento da integração europeia para responder à crise da dívida.

Van Rompuy trabalhará com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o presidente do eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. O tema voltará a ser abordado pelos líderes na próxima cimeira europeia de 28 e 29 de Junho.

O presidente do Conselho Europeu confirmou que a questão dos eurobonds – um dos temas potencialmente mais controversos devido às divergências entre os governos, a começar pela França e Alemanha –, foi "abordada rapidamente por vários líderes durante o encontro que terminou depois da uma hora da manhã. Mas, frisou, a questão foi invocada "no quadro do aprofundamento a longo prazo da união económica e monetária". "Ninguém pediu a sua introdução imediata", frisou, lembrando que é uma questão que "levará tempo".

O Presidente francês, François Hollande, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, e Jean-Claude Juncker foram os principais defensores de um mecanismo destinado a permitir aos 17 membros do euro a partilha, de forma solidária, dos riscos da dívida emitida em comum de modo a baixar as taxas de juro dos países com maiores dificuldades de financiamento no mercado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, assumiu uma posição bem mais prudente, ao afirmar que os títulos de dívida em comum "não contribuem para relançar o crescimento na zona euro".

"Respeito a opinião" da chanceler, afirmou Hollande, lembrando que, segundo a posição alemã, os eurobonds são um ponto de chegada de um processo de integração política, económica e financeira.

O presidente do BCE assumiu uma posição semelhante ao afirmar que "os eurobonds só fazem sentido se houver uma união orçamental".

Pedro Passos Coelho, primeiro ministro português, considerou igualmente que os eurobonds "não são uma resposta para a situação actual" e "correspondem a um estado de evolução da integração política e económica que deve ser acelerado" mas "não corresponde nesta altura a um salto qualitativo que objectivamente esteja ao nosso alcance". Passos frisou ainda que "não há uma oposição do governo português de princípio à ideia" e que esse avanço poderá ser concretizado no quadro de uma maior integração financeira, económica e política".

A França considera, ao invés que os eurobonds constituem "um ponto de partida", afirmou Hollande explicando que "por isso, os debates vão continuar".

O Presidente francês deixou no entanto claro que "não houve um conflito ou um confronto" entre os líderes e que houve mesmo outros países "muito mais firmemente contra" os eurobonds do que a chanceler.

Merkel também disse que o debate sobre este tema foi "muito equilibrado".

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