Web 3.0: conseguirá a Google dialogar connosco?

Recentemente, a Google lançou um vídeo de apresentação ao Knowledge Graph - que representa basicamente aquilo de que se fala desde 2001, a Web 3.0

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Noah Sussman/Flickr

Como já aqui foi dito anteriormente, ainda que a propósito de publicidade, o futuro da Web passa pelo conhecimento. Conhecer as palavras, conhecer as imagens, conhecer-nos a nós, tudo isto é Web 3.0.

Desde a década de 90, pelo menos, que temos assistido ao esforço conjunto de profissionais e instituições da área da humanidades em acompanhar cada avanço tecnológico. O resultado é hoje visível se avaliarmos o impacto das tecnologias no jornalismo, nas publicações científicas, no cinema, na música e mais recentemente na literatura.

Mas este ciclo está prestes a mudar. Recentemente, a Google lançou um vídeo de apresentação ao Knowledge Graph — que representa basicamente aquilo de que se fala desde 2001, a Web 3.0.

Nesse vídeo, os funcionários da Google explicam-nos que ainda falta ao motor de pesquisa da Google saber daquilo que fala. É verdade. Se testarmos o Google Images para pesquisar “público p3” encontraremos logo na 1.ª página imagens que não nos interessam e a partir da 3.ª página passam a ser mais que muitos os resultados que nada têm a ver com a pesquisa. 

Por isso, não interessa tanto obter 1,510,000 resultados em 0.10 segundos. Não interessa porque, para além de ser um resultado mentiroso, ninguém quer ver tantas imagens.

Nós ainda não fazemos perguntas, nós introduzimos termos e aguardamos resultados e, por isso, quase todas as pesquisas carecem de pertinência. Com este vídeo, a Google propôs-se a dar início à Web 3.0. Tão simples quanto isto. O que também parece claro, é que não o conseguirá sozinha.

Conseguirá a Google dialogar connosco? Passaremos a fazer perguntas? É desta que a publicidade passará a ser relevante para nós? É provável.

Mas, para além, de todas as oportunidades, o que é curioso no aparecimento da Web 3.0 (ou Web semântica) é que, a partir de agora e pela primeira vez, tanto para interpretar como para coordenar conteúdos, a tecnologia andará a reboque das humanidades.

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