São peças de roupa e dão música

Os fios dos headphones ainda atrapalham os movimentos dos que querem ouvir música, mas que nunca estão quietos. A Earbox encontrou uma solução: incorporar colunas dentro das peças de vestuário

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É inegável o facto de que cada vez ouvimos mais música: com headphones, no rádio do carro, com o telemóvel em alta voz e ainda através das colunas da aparelhagem lá de casa. Depois de os headphones terem aparecido no mercado como acessório de moda camaleónico — várias cores disponíveis a condizer com a roupa que usamos —, é altura de entrarem (literalmente) no nosso vestuário.

"Simbiose entre movimento e música", é o conceito da Earbox, marca portuguesa de streetwear e techwear. Pedro Filipe, licenciado em escultura e design, e João Oliveira, engenheiro têxtil, queriam que as pessoas continuassem a ouvir música enquanto andavam na rua, mas de uma forma segura, sem estarem alienados ao que se passava à sua volta.

A ideia de incorporar colunas (pequenos headphones) no carapuço de uma camisola surgiu em 2010, numa conversa entre o Pedro e o João. O objectivo era criar uma marca para um público "jovem e dinâmico" que apreciasse a arte como filosofia de vida e não se resignasse, pelo contrário "procuram sempre o melhor".

No entanto, "o projecto Earbox só funcionou com a parceria com a Invicta Angels e as Confecções Chouzelas", tendo em conta que "há um processo de teste" que é necessário desenvolver antes de os produtos serem comercializados, diz João Oliveira.

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Os headphones são revestidos a cortiça/ DR

A loja virtual Earbox, pretende "inovar o mercado do vestuário musical". De que forma? "Fazendo evoluir as peças de roupa tradicionais, onde as novas tecnologias e a arte se fundem". "O processo é simples" garante ao P3, João Oliveira. "Criamos um forro duplo, de forma a que o fio passe por dentro do tecido da camisola".

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A primeira reacção é uma interrogação 

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Para além da preocupação com o tipo de materiais e com o processo de confecção dos produtos, a Earbox está atenta aos problemas que surgem do excesso de decibéis, a que os jovens se expõe actualmente.

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Os headphones são revestidos a cortiça/ DR

Aliado a esta preocupação com a saúde auditiva dos consumidores de música, a marca portuguesa decidiu revestir os headphones (amovíveis) com cortiça, feita à mão. E porquê cortiça? Porque, além de ser um produto tradicional português, "é leve, impermeável a líquidos e gases, é elástico e bom isolante acústico". Por ser muito leve e de pouca espessura, a cortiça permite que os utilizadores ouçam também o mundo que os rodeia, sem ficarem abstraidos dos ruídos do mundo exterior.

Cada vez mais pessoas aderem a este novo conceito, mas a primeira reacção "é sempre: o quê?", revela João Oliveira. O objectivo da Earbox "não é apenas vender", mas toda a experiência que as pessoas têm, "desde que ouvem o conceito, até experimentarem e adquirirem uma camisola", é o mais importante para a marca portuguesa, garante João Oliveira.

Com o intutito de apresentar ao vivo os seus produtos, a Earbox está frequentemente presente em eventos nacionais. "Esteve no Festival Sudoeste em 2011, no Sumol Snow Trip e recentemente no Eurobattle".

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