Arquitectura: “Shelter Box” é uma casa, é de metal e é portátil

Guilherme dos Santos, de 25 anos, ganhou o segundo lugar do concurso mundial Urban Collective Modular Building Design Challenge 2012

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O cliente tem a liberdade de escolher se quer um T0, um T1 ou um T2 DR

Chama-se “Shelter Box” o projecto com o qual Guilherme dos Santos, de 25 anos, ganhou o segundo lugar do concurso mundial Urban Collective Modular Building Design Challenge 2012. A concurso estiveram 250 trabalhos de 55 países diferentes.

O desafio consistia no desenvolvimento de habitações modulares para a cidade de Sydney, na Austrália. Inerente à ideia do concurso estava a preocupação de um projecto sustentável que envolvia questões como o clima, a acústica, a resistência e qualidade ecológica. Tudo isto, claro está, aliado à estética.

E em que é que consiste a “Shelter Box”, a “caixa”, que também é “abrigo”? Trata-se de uma grande estrutura em metal com um pilar de dez em dez metros, entre os quais “vão ser encaixados outros módulos”, como se de um jogo de cubos se tratasse.

O Japão, nas décadas de 1960 e 1970, desenvolvia este tipo de arquitectura, sendo disso exemplo a Nakagin Capsule Tower, em Tóquio, explica. Mais tarde, surgiram outros edifícios do género, noutras partes do mundo, como no Canadá ou nos países nórdicos.

Esta tipologia permite à pessoa comprar um lote e encaixar lá um módulo ou até mesmo deixar o espaço em aberto. O dono da estrutura “faz o negócio que quer” e, “como é amovível, pode levar uma parte do edifício e colocá-la noutro sítio”. É uma ideia “rentável e adaptável às circunstâncias”, diz o arquitecto do projecto.

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Trata-se de uma grande estrutura em metal com um pilar de dez em dez metros DR

Cada habitação é adquirida como um lote, ou seja, uma vez comprando o espaço, o cliente tem a liberdade de escolher se quer um T0, um T1 ou um T2. E há, ainda, a possibilidade de outras tipologias de acordo com uma configuração personalizada. Custo? Guilherme ainda não fez as contas.

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Trata-se de uma grande estrutura em metal com um pilar de dez em dez metros DR

O jovem contou ao P3 que, compreendido o desafio, pensou de imediato em “responder ao programa numa abordagem diferente”, acrescentando que se “limita a fazer o que todos os alunos deviam fazer, que é experimentar dentro da universidade, porque lá fora há poucas probabilidades para isso acontecer”.

Depois de seis meses a trabalhar a partir do Algarve em vários ateliers, Guilherme está desempregado. O segundo lugar na competição pode, agora, ser uma nova porta aberta para o futuro, que pode passar por um mestrado em Arquitectura na Dinamarca.

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