Recessão no primeiro trimestre menos forte que o previsto

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Foto: Patrik Stollarz/ AFP Photo

O produto interno bruto (PIB) português caiu 0,1% no primeiro trimestre face aos três meses precedentes e 2,2% face ao mesmo período de 2011, o que representa uma desaceleração significativa do ritmo da recessão que o país vive há ano e meio.

Esta notícia menos má do que se esperava tem no entanto um reverso: foi determinada por um contributo menos negativo da procura interna e menos positivo da procura externa líquida, segundo revelou hoje o INE.

O recuo de 0,1% no primeiro trimestre é assim bastante menor que a queda de 1,0% prevista pela Comissão Europeia no seu Boletim de Primavera, divulgado na passada sexta-feira. No entanto, o valor hoje divulgado é uma primeira estimativa rápida do INE, que ainda poderá ser revista.

O recuo de 0,1% nos primeiros três meses do ano seguiu-se a uma queda brutal de 1,3% do PIB no último trimestre do ano passado (ajudada pelo corte nos subsídios de Natal devido a um imposto extraordinário), que poderá ajudar a explicar o menor recuo agora registado. A queda homóloga no trimestre passado foi também inferior aos 2,9% registados pelo INE para os últimos três meses de 2011.

O menor contributo da procura externa líquida entre Janeiro e Março resultou sobretudo de a importação de bens e serviços ter recuado menos do que no quarto trimestre do ano passado.

Portugal está assim oficialmente em recessão há seis trimestres consecutivos (queda em cadeia do PIB), mas agora com o menor destes valores. Só no segundo trimestre do ano passado o PIB teve uma queda também fraca, de apenas 0,2%.

O valor hoje conhecido para a recessão no primeiro trimestre dá argumentos ao Governo para defender que a sua previsão de recessão para este ano seja menos negativa que a das instituições internacionais, apesar de o desemprego estar a correr pior que o previsto.

Enquanto o executivo de Passos Coelho prevê uma queda do PIB de 3,0% este ano (depois de ter caído 1,6% no ano passado), a Comissão Europeia prevê uma contracção de 3,3%.

Notícia actualizada às 10h55
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