Licenciados em História “sem saída” criam guias turísticos

Quatro antigos alunos de História juntaram-se para criar a iClio. Juntaram o nome da “musa da História”, Clio, ao “i” de “informática”, de “interdisciplinaridade” e de “interacção”

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Os amigos lançaram o primeiro guia, de Barcelona, em Fevereiro de 2011 Jsome1

Quatro formados em História, um curso considerado “sem saída”, decidiram utilizar as competências adquiridas para criar guias turísticos para aplicações móveis, que há um ano vendem de Coimbra para todo o mundo.

Lançaram o primeiro guia, de Barcelona, em Fevereiro de 2011, no congresso mundial de aplicações móveis que aí se realizava, e rapidamente foi considerado entre os três melhores para visitar a cidade, afirmou à agência Lusa um dos seus responsáveis.

Seguiram-se os de Paris e Roma e, no passado mês, o de Londres, a pensar nas vendas e visibilidade que podem trazer os próximos Jogos Olímpicos. “Estamos a pensar nesse ‘boom’”, confessou à agência Lusa Alexandre Pinto, gerente da iClio, expressando a satisfação por todos os dias se venderem guias, ao preço de 4,99 dólares, embora as cinco mil pessoas que já os utilizam no mundo ainda sejam insuficientes para assegurar a sustentabilidade da empresa.

Em 2010 quatro antigos colegas da Faculdade de Letras de Coimbra, de História, juntaram-se para criar a iClio. Serviram-se do nome da “musa da História”, Clio, a que juntaram o “i” da “informática”, da “interdisciplinaridade” e da “interacção”.

Os guias Just in Time Tourist (JiTT) são apenas o primeiro produto desta empresa que tem também a vocação de prestar serviços nas áreas da história e património. São aplicações para suportes móveis (iPhone, iPod, iPad, Android), que procuram ser diferentes das oferecidas no mercado, quer nos conteúdos, quer na componente informática. Os conteúdos são originais, escritos pelos próprios membros da empresa, que para lhe introduzir particularidades diferenciadoras procedem a uma pesquisa prévia em cada cidade, para conhecer aspectos novos, ou “algo que está na moda”.

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Segundo Alexandre Pinto, há também “uma parte computacional que é inovadora, um algoritmo que combina a posição da pessoa com a sua disponibilidade”, que o tornam “num guia absolutamente 'prime’, nas lojas de aplicações à venda para todo o mundo”.

Turismo em boa companhia

Cada guia propõe ao utilizador roteiros para uma, duas, quatro ou oito horas, que pode personalizar em função de interesses pessoais, do tempo de que dispõe, e do local onde se encontra. Depois, uma voz masculina e uma feminina indicam-lhe o trajecto e os locais por onde passa. “Há mesmo uma preocupação estética do ponto de vista da voz, que também é importante para a experiência que queremos provocar”, de alguém que se sinta quase acompanhado por guias reais, frisou.

Além dos quatro guias já disponibilizados no mercado, de Barcelona, Paris, Londres e Roma, até ao final do corrente ano, a iClio tenciona comercializar os das cidades americanas de Boston, Nova Iorque e Los Angeles. De seguida será a capital alemã, Berlim.

Todos os conteúdos são pensados e criados em inglês. O de Barcelona já está disponível, também em espanhol, e o de Paris, em breve, igualmente, em francês. Seguindo as tendências dos consumidores, Alexandre Pinto diz que o inglês será sempre o idioma de partida, secundado pelo francês, espanhol, russo e chinês.

“Além do turista normal, pretendemos que satisfaça muito aquele tipo de cliente de negócios. Alguém que viaja muito e que tem um tempo livre, e o quer utilizar, a visitar a cidade”, sublinhou o director da iClio.

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