Passos Coelho diz que a Cultura “não se mede pelo montante" atribuído no Orçamento

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Passos Coelho: "Vale a pena apostar na Cultura como um importante activo nacional.” Foto: Nuno Ferreira Santos

Na cerimónia de entrega do Prémio Leya a João Ricardo Pedro, o primeiro-ministro afirmou que o Governo olha para a Cultura como um “projecto nacional”. Mas o seu “valor” não pode ser medido “pelo montante” que lhe é atribuído no Orçamento do Estado.

Pedro Passos Coelho defendeu esta segunda-feira que “vale a pena apostar na Cultura como um importante activo nacional”, tendo mesmo citado a “Agenda Europeia para a Cultura num Mundo Globalizado”, da Comissão Europeia, e os “estudos internacionais” que sublinham o contributo da Cultura no “reforço das políticas de emprego”.

Porém, “as oportunidades são essencialmente fruto da intenção individual”, acrescentou, apontando para o exemplo “do livro e da vida” de João Ricardo Pedro, o engenheiro electrotécnico que, depois de ter ficado desempregado, decidiu escrever um livro.

A obra, “O teu rosto será o último”, venceu a edição de 2011 do Prémio Leya, no valor de 100 mil euros, tendo o primeiro-ministro presidido esta tarde à entrega do prémio ao jovem autor.

Na intervenção que fez após os discursos de Isaías Gomes Teixeira, administrador do grupo editorial Leya, de Manuel Alegre, presidente do júri, e de João Ricardo Pedro, Pedro Passos Coelho reforçou a ideia de que a Cultura não tem “donos políticos”.

E salientou: “Se noutra ocasião tive a oportunidade de dizer que o valor da Cultura não se mede pelo montante da sua conta no Orçamento do Estado, agora afirmo que os domínios do espírito e da criatividade não pertencem a ninguém, e certamente não ao Estado.”

Ao Estado cabe, explicou, “salvaguarda” a Cultura, “sem tentações paternalistas”, apoiando iniciativas públicas em “distintos equipamentos culturais disponíveis” e fomentando “iniciativas privadas”.

A esta cerimónia compareceram também o presidente do Conselho de administração da Leya, Miguel Pais do Amaral, o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, e o presidente da câmara de Lisboa, António Costa.

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