Governo da Roménia caiu após moção de censura no Parlamento

Foto
O líder da oposição, Victor Ponta, foi chamado a formar o novo Governo Bogdan Cristel/Reuters

Dois meses após ter assumido funções, o Governo de centro-direita da Roménia demitiu-se depois de a oposição social-democrata e liberal ter apresentado uma moção de censura que foi aprovada no Parlamento por 235 votos a favor e nove contra.

Na origem da moção de censura estão as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo. O primeiro-ministro deposto, Mihai Razvan Ungureanu, estava no poder há pouco mais de dois meses e a queda do seu Governo ocorre durante uma visita da missão de avaliação do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia, a qual se seguiu a um acordo concluído em Março, depois de Bucareste se ter comprometido a manter o controlo das despesas públicas e a privatizar várias empresas do sector energético.

O Presidente Traian Basescu nomeou pouco depois o líder da oposição, Victor Ponta, para o lugar de primeiro-ministro, com o objectivo de minimizar a reacção dos mercados a um cenário de instabilidade política. “O que aconteceu hoje não é nada de dramático, é a democracia”, disse, sublinhando que “não há qualquer razão de pânico para os mercados financeiros”.

O mandato de Ponta será limitado até às eleições previstas para Novembro, mas o líder da União Social Liberal (USL), até agora a principal formação da oposição, prometeu liderar “um governo que devolva aos romenos a esperança de que as coisas irão caminhar em boa direcção”.

Jurista de formação, Ponta tem 39 anos e é um dos mais jovens deputados da Roménia. Já foi ministro em 2004 e 2008, e agora irá liderar o Governo numa altura em que a Roménia se comprometeu a mater o controlo das despesas públicas.

A missão do FMI estava na Roménia quando foi votada a moção de censura e os seus membros adiantaram que irão regressar para prosseguir as discussões técnicas com o novo Governo.

“Vai ser preciso esperar pelas eleições legislativas de Novembro para que a Roménia tenha um Governo sólido, uma vez que a nova maioria parlamentar é frágil”, disse à AFP o politólogo Iosif Boda, dando como exemplo a recente transferência de vários deputados do Partido Democrata Liberal, que estava no poder, para a aliança opositora da USL.

“Esperamos que a Roménia continue a respeitar os seus compromissos económicos”, adiantou o FMI em comunicado, sublinhando que “uma política macroeconómica prudente e reformas estruturais são essenciais para garantir o crescimento económico a longo prazo”.

Sugerir correcção
Comentar