Conservação do lince-ibérico em avaliação em Espanha

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O lince-ibérico entrou para a lista de espécies Criticamente Ameaçadas em 2002 PÚBLICO

A União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN), entidade que decide quais as categorias de ameaça das espécies, está em Espanha para avaliar a conservação do lince-ibérico, o felino mais ameaçado de extinção do planeta.

O suíço Urs Breitenmoser, co-presidente da UICN e presidente do grupo de especialistas em felinos da organização, está a ser recebido por uma delegação da Junta de Andaluzia – a última região do mundo onde ainda existem populações selvagens viáveis de Lynx pardinus. O lince-ibérico está, desde 2002, classificado como Criticamente Ameaçado de Extinção, na lista vermelha da UICN.

O último censo, referente a 2011, estima que vivem em liberdade 312 linces-ibéricos, mais 37 animais do que no ano anterior e mais 218 do que em 2002, ano em que apenas restavam 94 linces.

O conselheiro andaluz para o Ambiente, José Díaz Trillo, disse a Breitenmoser, investigador da Universidade de Berna e que trabalha na conservação da espécie desde 2001, que estes números resultam das medidas de conservação in situ de recuperação de habitat nas zonas de Andújar-cardeña, Guadalmellato, Guarrizas e Doñana-Aljarafe, no âmbito do programa europeu de financiamento da natureza Life-lince.

Além do aumento total de linces, Trillo salientou o aumento do número de fêmeas em idade reprodutora e com território. Estas passaram de 27 em 2002 para 76 em 2011. De momento, as populações naturais de linces na Andaluzia deverão ter 86 crias.

Trillo disse ainda a Breitenmoser que a superfície total de distribuição da espécie tem aumentado, situando-se hoje nos 861 quilómetros quadrados; no ano passado eram 709 quilómetros quadrados. Para este aumento terão contribuído os 169 convénios de colaboração estabelecidos com proprietários e gestores de reservas de caça. Estes “permitem realizar actuações de gestão do habitat do coelho bravo [a principal presa de lince-ibérico] e do lince em 180.840 hectares”, escreve a Junta da Andaluzia em comunicado. Além destes, a conservação do lince conta com 3334 hectares, propriedade da própria Junta.

As autoridades espanholas e portuguesas têm como objectivo geral aumentar a população de lince-ibérico em 66% nos próximos cinco anos, o que, a princípio, permitirá reduzir numa categoria o grau de ameaça da espécie.

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