Mário Figueiredo e os salários em atraso: “É uma realidade conjuntural”

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Mário Figueiredo Foto: Nelson Garrido

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Mário Figueiredo, comentou nesta segunda-feira a situação de salários em atraso no futebol português, dizendo que está a trabalhar numa “solução no silêncio dos gabinetes”.

“Estamos a trabalhar para resolver os problemas não só do Leiria, mas de todos os clubes. Não queremos particularizar”, disse Mário Figueiredo, após uma reunião com Emanuel Medeiros, representante da Associação das Ligas Europeias de Futebol (EPFL) e da Associação de Ligas Mundiais (WLA).

Confrontado com o pré-aviso de greve hoje apresentado pelos jogadores da União de Leiria, Mário Figueiredo afirmou que os “problemas de salários em atraso não são um exclusivo de Portugal” e resultam de dificuldades “conjunturais”.

“Num cenário de crise profunda, de recessão, de aumento de impostos, incluindo o IVA nos bilhetes, com dificuldades de financiamento das autarquias que acabam muitas vezes por não cumprir os compromissos assumidos com os clubes e com as dificuldades de empresas em cumprir os compromissos publicitários com os clubes, parece-me que a realidade a que estamos a assistir é conjuntural, num país que está sob assistência financeira”, disse o líder da Liga.

Mário Figueiredo recusou, por outro lado, admitir que as situações de salários em atraso que se verificam em vários clubes sejam uma prova de que o sistema de licenciamento da Liga seja um fracasso.

“Podemos sempre melhorar o que existe, mas não podemos dizer que o sistema de licenciamento não tenha um nível, pelo menos, razoável”, respondeu Mário Figueiredo, para quem os “standards exigidos” aos clubes são “bastante elevados”.

O presidente da Liga admitiu, porém, que está a trabalhar em “formas de evoluir os mecanismos de licenciamento, de forma a que as regras de fair-play e de leal concorrência se verifiquem”.

Na mesma conferência de imprensa, em que anunciou a designação de António Laranjo (seu adversário nas últimas eleições) como alto representante da Liga junto da EPFL e da WLA, Mário Figueiredo revelou que o processo de alargamento da II Liga para 22 clubes (incluindo seis equipas B) está a decorrer normalmente e que um alargamento da I Liga voltará a ser discutido numa assembleia geral da Liga, provavelmente na próxima semana.

Desta vez, estará em cima da mesa uma proposta de alargar a I Liga para 18 clubes, subindo os dois primeiros da II Liga e disputando-se uma “liguilha” entre os dois últimos do campeonato principal e o 3.º e 4.º classificados da II Liga, para apurar as restantes duas equipas.

Mário Figueiredo salientou, no entanto, que mesmo que esta alteração seja aprovada pelos clubes terá depois de ser ratificada pela Federação Portuguesa de Futebol.

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